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Tocantins: soja plantada no cascalho rende até 60 sacas por hectare

Produtora de Tocantins também conseguiu boa produtividade na primeira safra que semeou sobre áreas de pastagens degradadas

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Foto: Carolina Lorencetti/Canal Rural

Muitos produtores já passaram pela experiência de plantar soja em uma área recém comprada. Por várias razões, a produtividade da primeira colheita não é a mais satisfatória e muito menos representa o potencial real daquela área. Em Tocantins, um caso chamou a atenção: uma produtora está conseguindo retirar uma média de 60 sacas por hectare (acima da média do estado) em áreas que a soja foi plantada no cascalho.

A produtora de soja Caroline Michels Vilela, de Paraíso do Tocantins, teve um ano bastante surpreendente, ainda mais levando em consideração todos os desafios que enfrentou. Na área de 800 hectares que hoje tem soja, antes havia pastagens degradadas.

“Tive que fazer toda uma correção de solo. Desde calcário, gesso, fosfato até o potássio, para conseguirmos elevar esses teores no solo e aí conseguir fazer uma boa base para ter boa produção”, afirma Caroline.

Caroline Michels Vilela, produtora de soja

O investimento feito na correção do solo fez a diferença. Na primeira colheita, a produtividade das áreas que semeou tem sido de 60 sacas por hectare, bem maior que a média do estado do Tocantins. Segundo a Conab, nesta safra, a média geral do estado é de 49 sacas por hectare.

Segundo o pesquisador da Embrapa, Leonardo Campos, uma explicação para essa grande diferença produtiva é que no estado a soja é semeada entre quatro tipos de solo, inclusive em uma mesma propriedade.

“É bem grande a quantidade de solos que a gente tem encontrado. Dentro de uma fazenda podemos encontrar os latossolos (que são os solos mais profundos), bem estruturados, aliado a um plintossolo (aquele solo de cascalho), ou os neossolos (arenosos). Então temos uma variabilidade muito grande e isso demanda um manejo bem diferenciado do produtor”, afirma Campos.

Dando uma volta pela propriedade de Caroline, já foi possível notar as diferenças. Por lá a soja plantada no cascalho deu trabalho para semear mas os resultados finais mostram as vantagens.

“A vantagem que conseguimos ver é nas camadas mais inferiores dessas pedras. Elas têm uma temperatura menor, apesar de na superfície a temperatura ficar bastante elevada. Elas funcionam como uma camada de isolamento térmico e isso acaba favorecendo também o desenvolvimento da planta”, diz Campos.

A produtora Caroline é de uma família com tradição em soja, em Goiás. Ela conta que enfrentou as dificuldades de plantar em uma região mais quente e seca.

“A gente cresce na roça e por lá fica. Sou engenheira agrônoma também, então uso toda a formação, a experiência de produção e um pouco de conhecimento técnico para tirar o máximo do solo. Eu estava um pouco afastada da área, mas voltei e me reencontrei”, diz Ela

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