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Sojicultor aposta em inoculação no sulco e consegue aumento de produtividade

Além do baixo investimento por hectare, manejo diferenciado chega a elevar ganhos na produção de até 10%. Entenda como funciona!

Os produtores de Capão Bonito, no interior de São Paulo, não abrem mão da inoculação e da coinoculação das sementes de soja no sulco de plantio. Com isso, eles conseguiram aumentar a produtividade em até 10% por hectare.

Olhando as lavouras recém emergidas não dá para notar, mas junto com as sementes, no sulco de plantio, também foram colocadas duas bactérias: bradyrhizobium japonicum e azospirillum brasilense. Assim são feitas as chamadas inoculação e coinoculação. O produtor de Capão Bonito, Edson Sukessada, apostou nas bactérias e ganhou no aumento de sacas por hectare.

“Sem dúvida agregou em produtividade, pois a nodulação da raiz da soja se mostrou melhor, mais eficiente. Então, logicamente, isso aí reflete em produtividade”, afirma o produtor.

O produtor de soja de Capão Bonito, Edson Sukessada
O produtor de soja de Capão Bonito, Edson Sukessada. Foto: Carolina Lorencetti

No primeiro ano de inoculação, Sukessada colheu sete sacas a mais por hectare. No ano passado, acrescentou uma bactéria a mais no processo e conseguiu uma saca extra. Parece pouco, até se multiplicar isso por 1.000 hectares.

Os produtores garantem que os custos não sobem tanto com esse manejo, não. A inoculação custa, em média, R$ 15 por hectare. E a coinoculação ainda menos: R$ 8 por hectare.

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Para adaptar a plantadeira para esta aplicação, o investimento foi de R$ 10 mil. Em Capão Bonito é comum encontrar produtores que aderiram ao processo. O produtor Leandro Egli, foi um dos pioneiros. “A gente tentava buscar um ganho em produtividade, uma melhora nas nossas áreas. E a coinoculação veio a trazer isso. Buscamos maior produtividade e esse manejo trouxe esse incremento pra gente”, afirma.

Por aqui, os produtores preferem adicionar as bactérias no sulco de plantio e não durante o tratamento das sementes. “São organismos que têm vida. Se você faz um tratamento de semente com químico, você tem uma morte acentuada de bacilos, das bactérias, que faz com que você tenha uma perda na produtividade. A partir do momento que você faz a inoculação no sulco, você diminui o contato do químico com a bactéria, então você tem uma menor perda”, afirma o engenheiro agrônomo Nélio Uemura.

Plantadeira pronta para semear soja em Capão Bonito
 Plantadeira pronta para semear soja em Capão Bonito. Foto: Carolina Lorencetti

Com a inoculação, a raiz da soja cresce mais e aparecem os tais nódulos. O nitrogênio absorvido pela planta é facilitado pelas bactérias, consequentemente melhoram a produtividade.

“Em quantidade, tem a necessidade em torno de 500 a 600 quilos de nitrogênio para se produzir 5 mil quilos de soja por hectare. Então, é um nutriente muito importante e que se não tiver no sistema, você tem uma perda de produtividade”, alerta Uemura.

Produção de soja em Capão Bonito
 Produção de soja em Capão Bonito. Foto: Carolina Lorencetti

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