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Soja: confira os 20 municípios com hectare mais caro no Paraná

Produtores de soja do estado também comentam sobre as dificuldades para ampliar seus arrendamentos em ano de custos elevados e clima adverso

Nesta safra, o Paraná deve voltar a ficar em 2º lugar na produção de soja do país, com mais de 19 milhões de toneladas, segundo a primeira estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A produtividade média também deve ficar entre as maiores do país. Mas, com toda essa importância para o setor, quanto será que custa comprar ou arrendar terras por lá? Abaixo também fizemos uma tabela com os preços mais caros por um hectare de alta produtividade, confira!

O produtor Rural José Scholz mora e produz soja em Toledo, ali no oeste do Paraná e nesta safra não pretende ampliar a área de plantio, atualmente em 300 hectares. Detalhe, deste total, mais de 60% das terras são arrendadas. A razão, bom, ele mesmo explica.

“O arrendamento está no limite. O preço subiu demais. Nós temos casos de cobranças de 30 sacas por hectare. Está difícil, porque dependemos de uma segunda a safra para compensar um pouco custo alto do plantio da soja. Então a safrinha geralmente balanceia para nós essa questão econômica. Imagina com o risco climático atual, não dá para arriscar”, comenta.

A região de Toledo é mais plana, se comparada com o norte e noroeste do estado. O solo é argiloso e, por isso, naturalmente mais fértil para a soja. Segundo Departamento de Economia Rural (Deral), as terras mais caras da região custam R$ 74,9 por hectare.

Claro, é uma média dos preços praticados no mercado. E, até por isso, quem mora na região conta que poucas áreas estão disponíveis para quem quiser arrendar. Em Toledo, a produtividade da safra passada variou entre 60 e 65 sacas por hectare.

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“A fertilidade na região em um ano normal de precipitação de chuva é muito boa e, de fato, o produtor tem uma margem para poder pagar isso. Principalmente com uma cultura de inverno, que na região também permite uma boa exploração dessa área. Lógico que se tiver algum problema de frustração de safra, uma colheita menor, realmente as margens ficam bem apertadas”, diz o engenheiro agrônomo Douglas Sala de Faria.

Confira os 20 municípios com o hectare mais caro do Paraná. Lembrando que o estudo é realizado pelo Deral, levando em consideração determinadas metodologias  (veja aqui).

Em outras regiões produtoras, como Maringá, o preço médio de um hectare com alta produtividade é de R$ 78 mil, segundo levantamento do Deral, o arrendamento varia entre 22 e 25 sacas por hectare. Em Cascavel, o hectare custa R$ 74 mil e a terra arrendada de 15 a 25 sacas. Em Campo Mourão, o preço de venda é de R$ 72 mil, mas para arrendar, sai entre 20 e 30 sacas. Por fim, em Londrina, quase R$ 67 mil, sendo que no arrendamento, sai 16 sacas.

Já em Goioerê, o preço do hectare de terra com produtividade acima da média é R$ 54 mil.

“O arrendamento aqui em Goioerê, daqueles que estão há muito tempo, é em torno de 23 a 25 sacas por hectare. Mas temos também vários casos que pagam em torno de 32 sacas por hectare”, diz Sérgio Fortis, presidente do Sindicato Rural de Goioerê

Tratos do solo

Apesar de a terra vermelha do Paraná ser naturalmente mais fértil, isso não dispensa uma boa análise e correção do solo para atingir altas produtividades.

“A região noroeste do estado, por exemplo, é muito arenosa. Aí já não tem o mesmo valor do que tem terras em Londrina, Maringá, Cascavel e Toledo, que são realmente os melhores solos que nós podemos encontrar no estado”, comenta o pesquisador da Embrapa, Amélio Dall’agnol.

O que valoriza a terra?

Além da qualidade da terra, outros fatores ajudam a explicar os preços médios praticados no Paraná.

“Elas são muito valorizadas e seguem alguns critérios, como por exemplo a proximidade com algumas infraestruturas, cooperativas, ferrovias e portos. Tudo isso faz com que ela agregue valor. Outros fatores também irão influenciar nisso, como a fertilidade, o investimento que precisa ser feito ou que já foi feito na terra, também vai influenciar nesse preço dela”, diz Pedro Guglielmi, geógrafo do Deral.

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