Seca? Veja duas técnicas que melhoram as condições do seu solo

Com elas, o solo terá mais umidade e nutrientes e a planta terá mais chances de sobreviver a períodos de estiagem, garante a Embrapa

Em anos como o atual, que as chuvas demoram a chegar, ter um solo bem preparado pode fazer a diferença para a lavoura. Dentre as opções de manejo, duas ganham destaque por aumentar a capacidade do solo para absorção de água: terraceamento da lavoura e rotação de culturas.

A palhada farta e bem feita, nos 650 hectares de plantio, é resultado da rotação de culturas, na fazenda do Ricardo Gomes de Araújo, em Vila Bela do Paraíso, região norte do Paraná. Nesta safra, quase 80% da área receberá soja e o restante milho. No ano que vem, na safra de outono/inverno, metade da área receberá trigo e a outra metade será dividida entre milho e aveia. As proporções são sempre as mesmas, mas é feito um rodízio dos locais de cultivo.

“Fica evidenciado mais nos anos secos, anos de limitações, os benefícios dessa prática. Os solos ficam melhor estruturados, com muito melhor infiltração de água, boa reciclagem de nutrientes, sem ervas daninhas, e menos problemas de doenças. Por isso tudo que tentamos diversificar ao máximo essas espécies que estão no nossos sistema”, relata Araújo.

Os resultados obtidos por lá são bastante surpreendentes. Na última safra a soja rendeu em média 72 sacas por hectare. E, mesmo com estes longos períodos de estiagem, a perspectiva deve se repetir nesta temporada.

Para melhorar esta preservação do solo, outra técnica tem sido agregada ao manejo e bastante recomendada pela Embrapa: o terraceamento. Em um relevo ondulado, alguns desníveis foram acentuados para que a água da chuva fique acumulada e retenham os nutrientes do solo. O pesquisador da entidade, Osmar Conte, garante que estes cuidados rendem altas produtividades e economia com insumos.

“É preciso ter essa visão de longo prazo. Pois no final o produtor vai obter melhores rendimentos com as culturas principais. Melhorar o que se faz ao longo dos anos, para ter estabilidade e melhor produtividade é uma realidade para a soja”, diz Conte.

O plantio direto, em um solo com maior capacidade de absorção de água, é a combinação ideal para a maioria das sementes. apontou o consultor do Projeto Soja Brasil, Áureo Lantmann. “A maioria das tecnologias geradas para o cultivo da soja pressupõe o uso do plantio direto. Seja a tecnologia de variedade, de manejo de adubação, principalmente de manejo de erva daninha. Quando se tem o plantio direto estabelecido, com sistema de rotação de cultura, qualquer tecnologia se dá bem”, conta ele.

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