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Plantio da soja: produtor aplica inoculante e nematicida direto no solo

Segundo a Embrapa, técnica é bastante eficiente e traz benefícios em comparação com a técnica tradicional de tratamento de sementes

Em Sapezal, oeste de Mato Grosso, a equipe do Projeto Soja Brasil encontrou um produtor que está mudando a forma de aplicação dos produtos biológicos no plantio da soja, visando a redução de custos e aumento da rentabilidade. Mas nem todos estão com boas perspectivas para a nova safra e tem gente reduzindo área por conta da elevação de gastos.

Pela primeira vez, a plantadeira da fazenda Evandro Graeff é ajustada para aplicar nematicida e inoculante, junto com as sementes de soja. Antes, os biológicos eram colocados durante o tratamento da semente. Com a mudança, a expectativa é aumentar entre uma e duas sacas de soja por hectare, além da redução de custos.

SOJA SAPEZAL
Foto: Carolina Lorencetti

“Optamos por colocar o inoculante e o nematicida biológico no sulco diretamente. Assim poderíamos aumentar a dose também, porque via semente não dá para aumentar a dose do inoculante, principalmente”, diz Graeff.

As duas maneiras são eficientes, mas a aplicação no sulco traz vantagens, afirma a Embrapa.

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“No tratamento de sementes existem alguns fatores limitantes, como a umidade da semente, por exemplo. No sulco de plantio é possível aplicar ao longo da rizosfera da raiz. Então aquele produto estará ali, pronto para a planta usar”, conta o analista da entidade Bruno Souza Lemos.

Erros afetam produtividade

SOJA SAPEZAL plantio
Foto: Carolina Lorencetti

Se alguns produtores fazem apostas certeiras para garantir margens de lucros melhores, outros ainda erram, principalmente na escolha entre variedades de ciclo determinado e indeterminado.

“Essas variedades de ciclo determinado, colocadas no fim de outubro, favorecem o crescimento elevado das plantas. Então o produtor acaba perdendo porque a variedade cresce muito, gasta muita energia, muita energia fotossintética para folhas, ramos e talos e não para as vagens e para os frutos. O ideal é reposicionar, colocar essas variedades no início do plantio, onde já sei que será mais ensolarado. Isso, por si só, vai segurar um pouco o crescimento desse material”, diz o engenheiro agrônomo Edson José Castro Neto.

Falta chuvas

O plantio de soja não é um privilégio para todos da região, já que a chuva não chegou em todas as propriedades. Tem produtor que na safra passada plantou em 30 de setembro e neste ano só planeja fazer isso depois de 10 de outubro.

“As previsões estão dizendo que as chuvas irão começar a normalizar a partir do dia 20 de outubro. Como minha área é pequena, em quatro ou cinco dias eu consigo semear tudo. Então, para que arriscar?”, diz o produtor José Guarino Fernandes.

O produtor também decidiu diminuir a área plantada de 350 para 150 hectares nesta safra. O motivo é o custo dos arrendamentos, em torno de dez sacas de soja por hectare. Além disso, a tributação estadual também traz preocupação.

Olho um caminhão de algodão passando na rodovia e vejo R$ 5 mil de Fethab. Um caminhão de soja, vale R$ 800 de Fethab, e o de milho vale R$ 350 de imposto. Pesa muito pra nós”, diz Cleto Webler, presidente do Sindicato Rural de Sapezal.

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