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Mais compras: EUA exportou 720 mil toneladas de soja para a China desde sexta-feira

Para um analista de mercado brasileiro, até dezembro, os norte-americanos podem vender mais de 2 milhões de toneladas, se um novo acordo entre os países acontecer em outubro

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Foto: Ivan Bueno/ AnP

Após uma breve trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, anunciada na última quinta-feira,12, outro fato chamou a atenção nos noticiários internacionais: a de que os chineses haviam comprado mais de 600 mil toneladas de soja dos norte-americanos. Quantidade confirmada apenas nesta terça-feira.

Para entender porque só nesta terça o fato foi confirmado, vamos a uma breve retrospectiva. No dia seguinte ao acordo (na sexta-feira, 13), apenas a venda de 204 toneladas foram anunciadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto alguns analistas acreditavam que o restante seria anunciados nesta semana.

Na última segunda-feira, 16, o USDA anunciou a venda de mais 256 mil toneladas de soja para a China, com previsão de entrega na temporada 2019/2020.

E nesta terça, se completou o total com outras 260 mil toneladas, também com entrega para a temporada 2019/2020. Ao todo foram negociados 720 mil toneladas para a China.

Acordo

O anúncio de compras da oleaginosa acontece após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiar em duas semanas, de 1º de outubro para o dia 15 do mesmo mês, a alta planejada de 25% para 30% na alíquota das tarifas aplicadas a US$ 250 bilhões em produtos importados da China. Vale lembrar que na sexta, 13, o órgão norte-americano havia anunciado a venda de outras 204 mil toneladas do grão.

Mais vendas?

Para o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, a China pode comprar de um a dois milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos entre novembro e dezembro.

“Pode ser até mais, chegando a quatro ou cinco milhões de toneladas, dependendo de como as conversas evoluíram em outubro. Isso pode sim trazer vantagens para o produtor do Brasil, já que os preços são formados com base em Chicago, que está subindo por conta do acordo”, comenta ele.

Pereira acredita que o Brasil não sentirá impactos negativos com isso. “Eu não diria que essas compras irão tirar as vendas do Brasil, até porque os embarques acontecem em um período que os estoques brasileiros estarão apertados. A situação só deve ficar ruim para o país caso a guerra comercial acabe, porque aí, com maior oferta global, os prêmios pagos cairiam”, finaliza.

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