Falta de previsibilidade atrapalha expansão da sojicultura

Durante o evento em Cascavel, a Embrapa explicou o mapeamento de riscos agropecuários que geram tamanha perda e os desafios para a safra 2016/2017

O Brasil perde anualmente, em média, mais de R$ 11 bilhões devido a riscos agropecuários extremos como eventos climáticos, problemas com sanidade animal e vegetal, gestão de propriedade, crédito e comercialização, logística entre outros, segundo pesquisador Pedro Abel Vieira, do Projeto Avaliação de Riscos Agropecuários da Embrapa, durante 1º Fórum do Projeto Soja Brasil deste ano, que acontece em Cascavel (PR).

Segundo ele, o Brasil precisa ocupar a terra todos os dias, tem que investir em irrigação para que saia da estagnação da produtividade atual, para ganhos importantes. “Não estamos fazendo nossa lição de casa”, garante ele.

As estimativas da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla do inglês Food and Agriculture Organization) de que o Brasil dobrará sua produção agrícola em 20 anos se tornando o maior produtor mundial de alimentos só será possível se os gargalos bilionários forem resolvidos. “Sem resolver estes problemas e reduzir as perdas não chegaremos lá”, garante Vieira. “O Brasil tem uma grande oportunidade, mas precisa fazer o dever de casa para chegar lá.”

Para Vieira, o principal desafio para esta safra que se inicia é garantir a renda do produtor, já que o ano promete instabilidade econômica. “Falta previsão no campo econômico e financeiro. Nós entramos em uma safra com o dólar a R$ 4,2, o agricultor comprou insumos a R$ 4 e estamos saindo da safra com o dólar na faixa de R$ 3,5, essa diferença terá um impacto significativo na renda do produtor que não tem como controlar essas políticas macroeconômicas”, conta o pesquisador.