Erosão preocupa sojicultores do Rio Grande do Sul

Excesso de chuvas, falta de plantio direto, compactação de solo e até semeadura em terrenos muito inclinados podem desencadear o problema

Sebastião Garcia, de Passo Fundo (RS)
As chuvas ajudaram muito os produtores de soja do Rio Grande do Sul nesta safra, apesar das previsões iniciais que elas seriam escassas por conta do fenômeno La Niña. Mas, com as precipitações, ressurge um velho problema que atormenta os sojicultores, a erosão do solo.

Apesar de os relatos de erosão serem menores que no ano passado, já surgem os primeiros registros de que o problema voltou a atrapalhar alguns produtores do norte do Rio Grande do Sul. Na propriedade de Ademir Fabris, localizada em Passo Fundo, foram plantados 130 hectares com soja nesta temporada, mas uma parte não se desenvolveu como as demais, e a produtividade certamente foi afetada.

Abertura Nacional da Colheita de Soja 2016/2017
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Por lá, o plantio direto foi aplicado corretamente, inclusive com rotação de culturas, mas com pancadas de chuva fortes, como aconteceu nos dias, nem isso chega a ser o suficiente para evitar as erosões. Aliado a isso, estão as características das terras da região, com solos bem acidentados, o que favorece, de certa forma, o problema. “Com isso perdemos fertilizantes, pois a parte superficial do solo é a mais rica para a planta”, diz Fabris. “Tem que ficar atento e fazer uma remodelação para a conservação do solo, chamada de terraceamento.”

A implantação de terraços nas lavouras é uma medida extrema, diz o consultor agrícola Elmar Luiz Floss, um estudioso sobre o assunto. “Esta técnica de manejo serve para diminuir o efeito da erosão apenas. É preciso aliar isso a cobertura correta do solo, aumentando a matéria orgânica”, comenta Floss. “Quanto mais água infiltrar no solo com palhada, melhor. Por isso é importante ter uma palhada boa e abundante.”

Nesta área Floss também identificou outro problema que pode agravar a erosão. O plantio morro abaixo. “Se juntarmos este fator, com o solo já compactado, a falta de palhada adequada e o excesso de chuvas, o resultado são estas erosões”, afirma o consultor agrícola. É importante fazer plantio em nível. Colocando as linhas da cultura, transversal ao escorrimento.”

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