Com ajuda dos chineses, Brasil pode atingir recorde na exportação de soja

A projeção da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) é de atingir 80 milhões de toneladas embarcadas no fechamento do ano

Os exportadores de soja em grãos têm bons motivos para comemorar o desempenho do setor ao longo de 2018, mantendo-se na liderança do ranking internacional, posição que  se alterna com os Estados Unidos. A projeção é de atingir, no fechamento do ano, 80 milhões de toneladas, número que ainda pode ser acrescido em mais dois milhões de toneladas. Caso se confirme, o Brasil terá exportado uma quantidade 19,4% superior à do ano passado, de 67 milhões de toneladas.

Esse volume superou as expectativas do setor, que projetava algo em torno de 70 milhões de toneladas, de acordo com Sergio Mendes, diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Ele disse que além do câmbio favorável, dos bons preços da commodity, esse resultado, sem dúvida, teve a influência do fato de os chineses terem sobretaxado a soja americana.

Apesar disso, o executivo destacou que o Brasil é muito competitivo em qualquer situação e que ‘não precisa que os Estados Unidos tenham problemas comerciais com a China”, se referindo às negociações com o grão. Mendes informou que, sozinho, os chineses consomem 80% da soja exportada e os 20% restantes seguem para outros países asiáticos e parte da Europa.

Para o próximo ano, o dirigente acredita que o setor continuará obtendo bons resultados, mas avalia ser difícil fazer qualquer projeção justificando que tudo vai depender do comportamento do mercado. “Vamos crescer em 3% na produção, mas precisamos esperar um pouco mais para estimar se as exportações poderão crescer também”, comentou.

Sergio Mendes manifestou a expectativa de que seja mantida a política de desoneração do setor por meio da Lei Kandir. Segundo ele, o Brasil só se tornou competitivo nesse setor justamente pelos incentivos fiscais.

Mendes também queixou-se das desvantagens de custo com seu maior competidor no mercado internacional, apontando que o país gasta por tonelada US$ 40 a mais do que os Estados Unidos para embarcar a oleaginosa.

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