Aprosoja alerta sobre a urgência de o produtor investir em armazenagem

País já possui grande defasagem neste quesito, bem atrás de seus concorrentes diretos: Estados Unidos e Argentina

Daniel Popov, de São Paulo
Em tempos de preços baixos, produtividade elevada e rentabilidade ameaçada, uma saída para tentar equalizar esta conta e o produtor ter algum controle sobre suas comercializações, é possuir um armazém.  Segundo a Aprosoja Brasil esta é uma necessidade urgente do país.

Para se ter uma ideia, em dez anos, a produção de soja do país quase dobrou de tamanho. Resultado também dos avanços tecnológicos que a cultura teve no período e da melhora no manejo das lavouras. E ao que tudo indica esta expansão não deve parar por ai. “A produção de soja está crescendo em áreas de pastagens. As técnicas de integração lavoura e pecuária também cresceram e já representam cerca de um terço da área total plantada”, destacou o diretor executivo da Aprosoja Brasil, Fabrício Rosa.

Abertura Nacional do Plantio da Soja 2017/2018

Só que com o aumento rápido da produção está trazendo um desafio para o setor produtivo: como comercializar e garantir renda? A lei de mercado diz que o preço é fruto da relação da oferta e da demanda. Atualmente com produções recordes no Brasil e Estados Unidos, nem mesmo a importação crescente dos chineses tem sido capaz de sustentar os preços em alta. O resultado pode ser visto neste ano, com preços baixos os produtores preferiram segurar parte da soja colhida para negociar depois (isso quem conseguiu um espaço nos armazéns existentes). Só que isso também tem um preço, que junto a este valor baixo do grão e custos altos, afetam drasticamente a rentabilidade do agricultor.

Por isso, Rosa fez um alerta sobre necessidade de ampliação da capacidade de armazenagem privada de grãos para garantir melhores condições de negociação, redução de perdas e aumento de rentabilidade aos produtores. “O Brasil possui apenas 15% de capacidade de armazenagem privada. Nos Estados Unidos a armazenagem privada fica perto de 50%. O percentual na Argentina fica em torno de 20%. Precisamos reverter este panorama para nos tornarmos mais competitivos”, salientou.

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