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Após trégua, Estados Unidos confirmam venda de soja para a China

Nesta sexta-feira, o USDA confirmou a venda da oleaginosa para os chineses. Para analista de mercado, volume pode aumentar nos próximos dias

Após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmar na última quinta-feira, 12, o adiamento do aumento das tarifas aos produtos chineses do dia 1 de outubro, para 15 do mesmo mês, o país asiático confirmou a compra de soja norte-americana.

Nesta sexta-feira, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), divulgou a venda de 204 mil toneladas de soja para a China. E os volumes podem aumentar ainda mais.

“Existe de fato um rumor de que os Estados Unidos tenham negociado 600 mil toneladas, mas até o momento o USDA anunciou apenas essas 204 mil. Isso não quer dizer que na próxima semana não sejam anunciadas novas vendas. Fazia bastante tempo que a China não comprava volumes relevantes de soja dos EUA”, diz o analista Luiz Fernando Gutierrez, da Safras e Mercado.

Segundo ele, essa compra mostra boa vontade entre os países em relação ao embate comercial. “Nesta sexta-feira, a China anunciou que também adiou os aumentos de tarifas previstas para produtos dos Estados Unidos, incluindo a soja. Isso mostra a boa vontade entre os países. E essa venda de soja dos Estados Unidos parece carimbar a trégua parcial”, afirma Gutierrez.

A prova de que a soja teve uma semana bastante positiva pode ser notada nas cotações, que devem fechar a semana com elevação de 5% ante a anterior. “Esse acordo parcial completa o cenário positivo no mercado da soja, juntamente com a estimativa de uma quebra ainda maior na produção do grão nos Estados Unidos, anunciado pelo USDA”, diz.

Vendas ainda maiores dos EUA para a China?

Para o diretor da Arc Mercosul, Matheus Pereira, a China pode comprar de 1 a 2 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos entre novembro-dezembro. 

“Pode ser até mais, chegando a 4 ou 5 milhões de toneladas, dependendo de como as conversas evoluíram em outubro. Isso pode sim trazer vantagens para o produtor do Brasil, já que os preços são formados com base em Chicago, que está subindo por conta do acordo”, comenta ele.

Pereira acredita que o Brasil não sentirá impactos negativos com isso. “Eu não diria que essas compras irão tirar as vendas do Brasil, até porque os embarques acontecem em um período que os estoques brasileiros estarão apertados. A situação só deve ficar ruim para o país caso a guerra comercial acabe, porque ai, com maior oferta global, os prêmios pagos cairiam”, finaliza.

Como funcionam os anúncios do USDA

Toda a quinta-feira a entidade divulga um relatório de exportações, contendo as quantidades e os destinos dos produtos vendidos pelo país. Só que há exceções, explica Gutierrez. “Essas exceções geram anúncios individuais, como o desta sexta-feira. Se as vendas somarem mais de 100 mil toneladas em um único dia para vários países ou para um  só, eles são obrigados a anunciar, como aconteceu nesta sexta.

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