Mudança na política fitossanitária vai agilizar registro de defensivos no país

Segundo Aprosoja Brasil, Ministério da Agricultura definiu pragas prioritárias para controle e 36 produtos terão preferência para aprovação

Fonte: Canal Rural/Reprodução

Os produtores do Tocantins e região acompanharam palestras técnicas na manhã desta terça, dia 6, na Abertura Nacional do Plantio de Soja, em Porto Nacional. Temas como política fitossanitária, pragas do início do plantio, biotecnologia e Manejo Integrado de Pragas (MIP) estiveram em discussão.

A principal novidade para os sojicultores é que novos defensivos devem ser registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Pelo menos 36 produtos terão prioridade para aprovação. O diretor-executivo da Associação dos Produtores de Soja do Brasil (Aprosoja Brasil), Fabrício Rosa, explicou como foi a atuação do setor produtivo para garantir essa agilidade.

O dirigente lembrou que antes da mudança na política fitossanitária, mais de dois mil produtos estavam na fila para registro, sem levar em conta a relevância deles, apenas a ordem cronológica. A partir de negociações, o Mapa liberou uma lista com pragas prioritárias para controle em diversas culturas, o que vai permitir que esses novos produtos cheguem às mãos do agricultor.

– As pragas consomem mais de 42% do potencial de produtividade do produtor brasileiro. Nós podemos produzir mais de 50 sacas por hectare, mas precisamos melhorar nosso manejo, rotacionar princípios ativos, só que não tem. Agora, o Mapa entendeu essa situação e permitiu agilizar o processo através da Portaria 163 – afirma o dirigente.

O pesquisador da Embrapa Rafael Pitta falou sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e seus paradigmas. Ele lembrou que muitos agricultores têm receio em adotar a técnica por achar que servem apenas para pequenas áreas ou por não confiar nos níveis de controle.

Pitta explicou ponto a ponto dos itens que compõem o MIP: saber identificar as pragas; monitoramento constante, como o pano de batida; registrar os locais de infestação para aplicar no local certo; níveis de controle: desfolha por lagartas até 30% no vegetativo e 15% no reprodutivo; condições do ambiente: muita praga morre naturalmente com os inimigos naturais.

– O importante é a quebra de paradigmas. O custo do produtor com defensivos chega a ser maior do que com o adubo. Ou seja, ele está gastando mais para manter a produtividade do que para aumentar, isso é preocupante – afirma Rafael Pitta.

Biotecnologia

O consultor agrícola da BASF Milton Ide explicou quais são os primeiros riscos da safra de soja. Ele apontou que a melhor maneira de começar bem a safra é o uso de sementes de boa qualidade, que é 50% do sucesso na lavoura. Ide destacou que o elamos, o piolho de cobra, spodoptera são algumas pragas que o agricultor deve monitorar.

– O produtor deve saber onde ele vai plantar. Muitas vezes, a praga está lá e o agricultor não percebe – alerta.

Na sequência, a diretora-executiva do Conselho de Informações sobre Bitecnologia (CIB), Adriana Brondani, apresentou uma palestra interativa sobre a biotecnologia nas lavouras brasileiras. Temas como culturas transgênicas, insetos resistentes e adoção de áreas de refúgio foram abordas.