Freio de Ouro

Freio de Ouro: final é marcada por qualidade na pista e estreante no pódio

O melhor da raça crioula disputou o último dia da grande final do Freio de Ouro em Esteio (RS), com pista seca e arquibancada lotada

Santa Alice Nublado II, montado por Fernando Andriguetti
Santa Alice Nublado II, montado por Fernando Andriguetti. Foto: Fagner Almeida

Criadores e amantes do cavalo crioulo lotaram as arquibancadas em um dia de muito sol e temperatura agradável em Esteio (RS). Todas as atenções ficaram voltadas ao maior espetáculo da raça: a grande final do Freio de Ouro, que está na sua 38ª edição e tradicionalmente acontece durante a maior feira agropecuária da América Latina, a Expointer.

Santa Alice Nublado II foi o macho vencedor do Freio de Ouro 2019. Ele liderou de ponta a ponta a competição, mostrando seu excelente momento. Além dele, o destaque desta vez também ficou por conta do ginete que o montou. Fernando Andrighetti nunca subiu no pódio do Freio de Ouro e mostra que a nova geração de ginetes tem muito a contribuir.

‘É um cavalo que passa muita confiança, cavalo muito honesto, eu confiei nele, tive muita sorte de receber ele para ser treinado, e agora consegui realizar o sonho de uma vida”, comenta. Na avaliação de Fernando, o animal é diferenciado principalmente pela concentração e atuação que possui.

Campana Vicuña com Fabio Teixeira da Silveira
Campana Vicuña com Fabio Teixeira da Silveira. Foto: Felipe Ulbrich

Das fêmeas, a Campana Vicuña e o ginete Fabio Teixeira da Silveira ganharam o Freio de Ouro 2019 na categoria fêmeas. A égua foi aprovada na Federação Internacional de Criadores de Cavalos Crioulos (FICC), em Montevideo, no Uruguai, mas teve uma lesão na boca e precisou de cuidados especiais.

O criador, Mário Moglia Suñe, não sabia se o animal conseguiria ter a doma concluída e realmente não teve. Mas isso não impediu a vitória. “É uma égua que a doma não foi concretizada, mas quando nasce um animal para ser vitorioso é assim, ela tem um temperamento bárbaro”, avalia.

Foram 1.025 animais movimentados durante todo o ciclo, mas apenas 28, acompanhados dos seus ginetes, conseguiram chegar até a grande final neste domingo, 25. Chegaram até a final 14 fêmeas e 14 machos por vários fatores, mas entre eles a genética, treinamento e temperamento, que foram fundamentais para manter os atletas na competição.

A grande final neste domingo começou com a prova da mangueira II, que conta a participação do gado e é marcada pela agilidade do conjunto. Entre as fêmeas, as três melhores colocações ficaram com Campana Vicuña, Independência do Espigão e Orquídea Negra Mapocho. Entre os machos, Santa Alice Nublado ll, Urco de Santa Thereza e Peñarol da Boa Vista tiveram melhor resultado.

A segunda prova do dia reservava ainda mais emoções. Marcada por exigir velocidade na execução, correção nos movimentos e atenção à submissão, a Bayard/Sarmento aconteceu com pista seca e plateia atenta. A cada movimentação, conduzido pelo ginete e executado com perfeição pelo animal, o público vibrava, comemoração digna de uma grande final. As fêmeas foram as primeiras a serem avaliadas. As melhores notas, ficaram com Campana Vicuña, Ibérica da Vendramin e Independência do Espigão, ocupando primeiro, segundo e terceiros lugares respectivamente.

Entre os machos, as médias dos primeiros colocados foram ainda melhores. O cavalo Santa Alice Nublado II teve a melhor pontuação na prova, atingindo nota de 22,398 e ficou na frente de Urco de Santa Thereza, que chegou a  21,171 pontos e Jotace Amuleto, com 20,740 pontos.

A emoção tomou conta na última prova do dia, que definiu os grandes campeões. Com um desempenho que agitou a plateia, a égua Campana Vicuña levou o Freio de Ouro, montada pelo ginete Fabio Teixeira da Silveira: “Essa égua, faz três meses que tenho ela, peguei depois do Bocal e ela estava muito bem. Deus agraciou ela de vir pra mim e ter dado tudo certo”, comemorou. Campana alcançou média de 21.407 na prova de Campo II. Ibérica da Vendramin conquistou o Freio de Prata e Independência do Espigão, Freio de Bronze.

Entre os machos o título máximo ficou com Santa Alice Nublado II, equino montado pelo ginete Fernando Andrighetti. Com nota de 22.978, o animal foi o grande campeão na categoria machos. Logo atrás, com o título de Freio de Prata vem Urco de Santa Thereza e em terceiro lugar no pódio, Jotace Amuleto.

Freio de Alpaca 

Na categoria fêmeas a égua Desavença dos Castanheiros, montada pelo ginete Gabriel Viola Marty foi a premiada. Entre os machos, o Freio de Alpaca foi para Peñarol da Boa Vista, montado pelo ginete Fabio Teixeira da Silva.

Ginete do ano

O domingo também foi para premiar o ginete que teve o melhor desempenho ao longo do ciclo de 2019. Cesar Augusto Freire, conhecido como Guto Freire, foi o escolhido. Ele venceu três classificatórias e foi o ginete que mais trouxe animais durante esta edição do Freio de Ouro. “Apesar de não ter conquistado o Freio desta vez, estou muito feliz por receber pela sétima vez o título de ginete do ano”, comemora.