GO: especialista indica substituição de milho por sorgo

Com o preço da semente de milho em torno de R$ 450 a saca, existe o perigo de perdas por conta do clima e do atraso no plantio

Fonte: Lia Gomes/Montividiu (GO)

O produtor rural de Goiás pode enfrentar problemas na safrinha do milho em 2018 por causa da janela mais apertada e possível falta de chuva. Segundo agrônomos, a saída pode ser investir no sorgo, pois insistir no milho pode acabar em prejuízo.

“O risco é muito grande, pois temos o custo de produção elevado, preços da semente elevados e fertilizantes, que também não estão com preços tão baixos assim. Consequentemente, o produtor vai ter que colher bem para empatar”, disse o engenheiro agrônomo Cláudio Malinski.

Segundo o especialista, o clima pode ser o fator principal para a tomada de decisão. “Se for baseado nas estatísticas de precipitação, nós vamos ver que abril vai chover menos, em torno de 100 milímetros. Em maio, o regime fica em torno de 30 milímetros e o milho não estará com o ciclo completo até esse período, pois faltará água para o enchimento de grãos e, consequentemente, o produtor poderá não colher o suficiente para cobrir os custos”, completou Malinski.

Por causa da baixa colheita na última safrinha, Paulo Bonato optou por reduzir a área plantada, que passará para 300 hectares nesta temporada. “Eu já plantei menos do que era acostumado no ano passado, pois fazia isso em função do regime das chuvas. Chegou em um determinado momento que a gente definiu por plantar sorgo e parar com o milho, que tinha um risco muito elevado”, disse.

Com o preço da semente de milho em torno de R$ 450 a saca, existe o perigo de perdas por conta do clima e do atraso no plantio. Na safra de 2017, Paulo colheu no início da janela 110 sacas por hectare e, no final da janela, a produtividade caiu para 50 sacas. Apesar disso, a expectativa para a próxima safrinha é maior.

“Eu espero que seja boa, mas eu não posso falar nesse momento porque nós dependemos do regime de chuva. O que a gente pode fazer é controlar as pragas e os tratos culturais, mas dependemos de São Pedro mandar chuva”, disse Bonato.

De acordo com o engenheiro agrônomo, a alternativa para o agricultor que vai cultivar a Safrinha um pouco mais tarde em 2018 é apostar no sorgo. “Deveriam recorrer, naquele plantio bem no final, em meado de março, e plantar sorgo, que é uma cultura que tem uma boa aceitação de mercado e é muito utilizada para a confecção de rações. Além disso, ele é  bem mais resistente que o milho à seca”, finalizou.