Conheça as suplementações para gado de corte em pastagens

Técnica recupera o desequilíbrio de minerais essenciais para a composição da carne

Cerca de 95% do rebanho nacional está em condição de pastagem, mas por melhor que seja o capim, ele não fornece tudo o que o animal precisa. Por isso, a suplementação mineral e a suplementação estratégica (proteica ou proteica energética) são fundamentais para uma boa produtividade e rentabilidade ao pecuarista.

Essa técnica recupera o desequilíbrio de minerais nas pastagens, que são carentes principalmente de fósforo, entre eles, a fertilidade e a acidez do solo, a adubação e a época do ano. 

Canal Rural recebe muitas dúvidas sobre o assunto e decidiu ouvir um especialista para explicar como pode beneficiar o pecuarista que opta pela pastagem. O pesquisador Sérgio Raposo, da Embrapa Gado de Corte, nos ajudou a formular as dicas a seguir:

Suplementação mineral

O fornecimento de minerais para bovinos de corte a pasto é uma das práticas nutricionais mais importantes na atividade. A importância desta prática se deve ao fato dos minerais terem várias funções no organismo e participarem diretamente no crescimento animal.

Somando macros e micros, são mais de 10 minerais essenciais para a composição da carne, da gordura, do leite, para a reprodução e, também, para o crescimento ósseo. Os minerais ajudam ainda a melhorar o sistema imunológico dos animais, deixando o gado mais resistente.

– Sal mineral com ureia: é a alternativa de suplementação de menor investimento no período de seca. O objetivo é a manutenção de peso dos animais durante a estiagem. A utilização inadequada de ureia causa intoxicação, podendo levar o animal à morte. Portanto, não se deve fornecer ureia para animais em jejum e/ou muito magros. 


 
– Sal mineral proteinado: é um suplemento mineral enriquecido com fontes de proteína verdadeira (farelo de soja, por exemplo) e ureia. O proteinado tem maior custo que o sal com ureia, mas por ser fornecido em menor quantidade, torna-se mais vantajoso do ponto de vista econômico.

– Sal mineral proteico energético: é uma mistura que atende a exigência mineral, e introduz fontes de proteína e energia.  Composta por ureia, minerais e fontes de proteína verdadeira com fontes de energia (como o milho, sorgo, raspa de mandioca). O objetivo é que o rebanho tenha desempenho máximo em pastagens.


PARA SABER

Qual a diferença entre sal comum e sal mineral? 

O sal comum contem apenas cloro e sódio e, normalmente, algum iodo. Ele não deve ser dado como suplementação para o gado, porque as pastagens são deficientes de outros minerais que ele não fornece.

Já o sal mineral é a mistura do sal comum com outros ingredientes minerais. É preciso lembrar que o produto não serve para que o animal ganhe peso, mas sim para o melhor aproveitamento dos alimentos fornecidos ao gado.

O desempenho de animais a pasto depende de uma série de fatores como: quantidade e qualidade da forragem, taxas de proteína, energia e minerais, dentre outros.