Cantareira com 15% de água dará tranquilidade para enfrentar seca, diz secretário paulista

Arnaldo Jardim afirma que novas outorgas só não são serão autorizadas em regiões críticasO Canal Rural conversou com exclusividade com o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, sobre a crise hídrica. Ele falou sobre sobre o abastecimento nos próximos meses no Estado, as outorgas para a utilização de água na agricultura e a necessidade de uma nova postura em relação aos recursos hídricos.

Período de seca

“O período de chuvas (em São Paulo) acontece normalmente até o final de março, ou até os primeiros dez dias de abril. Isso dará uma boa referência para o planejamento. Acho que, se chegarmos ao fim de março com percentual de 15% (do volume) no Sistema Cantareira, isso vai nos dar condições de, com tranquilidade, enfrentarmos o período da estação de seca, voltando (a ter chuvas) em outubro.“

Racionalização e outorga

“Evitar a captação para irrigação não se faz no Estado de são Paulo. Estamos trabalhando com medidas de racionalização para evitarmos ter que chegar a isso. A captação de água para o uso na agricultura não está proibida. Estamos buscando pedir que aqueles que captam água sem ter solicitado que façam a formalização de sua situação. Mas, nas regiões críticas, é lógico que não poderemos autorizar novas outorgas, como é o caso do Alto Tietê e das bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).”

Fiscalização

“Neste instante, temos buscado manter o diálogo (com os usuários sem outorga). Temos feito um apelo par que se faça o ato declaratório da solicitação da outorga, pois isso vai nos dar instrumentos de planejamento que se tornará indispensável para o futuro. Vamos dialogar e, se tivermos que adotar medidas, elas serão tomadas de uma forma transparente.”

Mudança de atitude

“Há uma mudança de clima no planeta, e isso impõe rever conceitos. Muitas vezes tratamos água como um bem finito, e usamos à vontade, desperdiçamos. Isso não pode persistir. A agricultura, a indústria, o comércio e todas as formas de atividade humana vão ter que ser repensadas. Novos cultivares, novos equipamentos, novas posturas (terão que se adotados) no que diz respeito à produção. Nós temos que estar preparados para isso.”