Café Forte

Pluviômetros ajudam cafeicultores de MG a tomar decisões de manejo

O sistema implantado pela Cooxupé gera mapas de umidade e possibilita que engenheiros agrônomos deem orientações até mesmo sobre controle de doenças

lavoura de café
Foto: Sebastião Afonso da Silva/arquivo pessoal

Investir em tecnologia foi o caminho encontrado por cafeicultores mineiros para driblar os problemas climáticos. O pluviômetro, equipamento para medição de chuva, tem ganhado cada vez mais adeptos. Entre eles, o produtor Luiz Ferreira da Silva, de Guaxupé (MG). Ele acorda todos os dias e verifica quanto choveu nas últimas 24 horas. “Isso é prioridade. Depois é que eu vou fazer as outras coisas”, declara.

No fim do mês, Silva copia todos os dados para o celular e envia por WhatsApp para engenheiros agrônomos da Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé). Os especialistas analisam as informações e rebatem um relatório para o agricultor.

Além de avaliar o que já foi feito, o produtor consegue adaptar o manejo de acordo com a quantidade de água que as plantas receberam. Essa previsibilidade foi um dos principais motivos da Cooxupé ter investido em 340 pluviômetros, espalhados nas três regiões produtoras onde a cooperativa atua: Cerrado Mineiro, sul de Minas e Mogiana.

O mapa virtual disponível no site da entidade tem todos os dados coletados nas fazendas desde o início do projeto, em 2012. A partir dele, o coordenador de Geoprocessamento, Eder Ribeiro dos Santos, consegue perceber, por exemplo, que a região mais ao norte do estado tem tendência a sofrer com estresse hídrico. “Para esses produtores, a gente alerta que isso pode atrapalhar a granação, o desenvolvimento do grão, e dificilmente vão conseguir uma produtividade ótima. Então orientamos a instalar um equipamento hídrico ou algum outro. Também observamos se ele está em um cenário propício a pragas e doenças”, conta.

O objetivo da Cooxupé é manter o padrão de qualidade do café em todos os associados. O trabalho desenvolvido já é reconhecido no setor, sendo comum visitas de representantes de multinacionais em busca das informações meteorológicas que podem influenciar o mercado de café.

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