Agricultura do Egito chegou antes das pirâmides

Com boa parte do território do país tomado pelo deserto, o rio Nilo ainda é fundamental para a agricultura egípcia, que produz artigos como algodão, cereais e açúcar

Fonte: Pixabay

Localizado no nordeste da África, o Egito é o mais rico e um importante destino turístico do continente, sendo um dos mais conhecidos do Oriente Médio, por sua importância histórica. Porém, o país vai muito além de pirâmides e faraós. A agricultura egípcia existe há 7.000 anos, tendo surgido 20 séculos antes das dinastias faraônicas. O Nilo, principal rio do país, teve – como ainda tem – um grande papel na produção de alimentos para a população, já que o deserto toma boa parte do território do país. Além do fornecimento de água, o rio também proporcionava grande quantidade de matéria orgânica no período de baixa, importante insumo para o desenvolvimento da agricultura em épocas de seca.  

O Nilo se mantém como fundamental para o país, tanto que 95% dos 97 milhões de egípcios vive próxima de seu curso. Os agricultores, por sua vez, correspondem a 56,7% do total da população.

A economia é baseada em exportação de commodities, como petróleo, algodão, produtos têxteis, metais e alimentos processados. Com o Acordo de Livre Comércio Mercosul-Egito assinado em 2010 e em vigor desde setembro de 2017, a Câmara de Comércio Árabe Brasileira têm realizado constantes eventos com o objetivo de aproximar empresários e investidores.

Entre janeiro e abril deste ano, o Brasil exportou ao Egito US$ 174,9 milhões em carnes – U$ 55 milhões a mais que no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Servicos (MDIC). Produtos químicos, cereais, açúcar e minérios enviados para lá somaram US$ 286,8 milhões.

Os principais produtos egípcios que chegam ao mercado brasileiro são fertilizantes, combustíveis e algodão, cujas vendas somadas de janeiro a abril de 2018 corresponderam a US$ 29,6 milhões.

Fios egípcios

Famoso no mundo todo, o algodão egípcio é cultivado há cerca de 1.800 anos e é considerado um dos melhores do mundo. A fama se deve ao fato de possuir uma fibra longa, que permite a produção de fios mais finos, usados em tecidos de luxo e linhas de costura. Segundo a Embrapa, apenas 3% da produção mundial de algodão é de fibras longas ou extralongas e está concentrada no Egito, nos Estados Unidos e no Peru.

O Egito é responsável por 40% da produção de algodão de fibras longas, conhecido como algodão pima. No Brasil, quase a totalidade da produção é de algodão de fibra média e, para confeccionar tecidos de luxo, o país vai buscar o produto egípcio.

Em 2017, cerca de 10% dos fios de algodão importados pelo Brasil vieram do Egito, num total de 22,7 mil toneladas. Quando o assunto é algodão bruto, a quantidade importada foi de 33,6 mil toneladas.

Os faraós do futebol

Os faraós. Assim são conhecidos os jogadores da seleção egípcia, os que mais ganharam a Copa das Nações Africanas. Foram sete conquistas, três delas consecutivas: 2006, 2008 e 2010. Neste ano, foi à final com Camarões, mas perdeu de 2 a 1. Porém, em Copas do Mundo, a seleção possui apenas duas passagens, em 1938 e 1990, as duas disputadas na Itália.

O camisa 10, Mahamad Salah, é a grande esperança do time na copa da Rússia

Neste ano, porém, a confiança está batendo no coração dos egípcios, pois a seleção conta com o atacante Mohamad Salah, estrela no futebol europeu na camisa do Liverpool que já marcou 44 gols na temporada.

O astro do Liverpool deve ter como companheiros de seleção outros oito jogadores que atuam por times europeus, como o meio-campista Mohamed Elneny, do Arsenal da Inglaterra. Outro destaque dos “faraós” é o goleiro Essam El-hadary, de 45 anos, que poderá ser o mais velho na posição a participar de uma Copa do Mundo.