Soja

Soja: relatório do USDA não anima e Chicago acumula queda na semana

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

colheitadeira de soja
Foto: Camila Domingues

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a sexta-feira, dia 8, com alta de 0,13% nos contratos de março. Esta posição, no entanto, acumulou queda semanal (a segunda consecutiva) de 0,35%.

Apesar do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter reduzido as estimativas para as safras e estoques globais e dos Estados Unidos, bem como para a produção no Brasil e na Argentina, os estoques trimestrais do país foram estimados em volume recorde, cerca de 3,736 bilhões de bushels, em 1º de dezembro de 2018.

O volume estocado é maior do que o armazenado em igual período de 2017 (3,160 bilhões de bushels) e do que o esperado pelo mercado, de 3,687 bilhões de bushels.

O que aponta o relatório?
A produção dos Estados Unidos em 2018/2019 foi cortada de 4,6 para 4,544 bilhões.

Os estoques finais em 2018/2019 estão projetados em 910 milhões de bushels, contra 955 milhões de bushels estimados em dezembro. O mercado trabalhava com um número de 920 milhões de bushels.

O USDA indica estimativa de exportação para 2017/2018 de 1,875 bilhão de bushels, abaixo dos 1,9 bilhão de bushels estimados em dezembro.

Soja no mundo
A safra global em 2018/2019 foi estimada em 360,99 milhões de toneladas. No relatório anterior, o número era de 369,2 milhões. Já os estoques finais foram cortados de 115,33 milhões de toneladas para 106,72 milhões. O mercado esperava 113,9 milhões de toneladas.

Para o Brasil, a previsão é de uma produção de 117 milhões de toneladas, abaixo das 122 milhões de toneladas previstas em dezembro, porém superando a previsão do mercado, de 116,3 milhões.

A previsão para a Argentina foi reduzida de 55,5 para 55 milhões de toneladas. Pelo lado da demanda, o USDA reduziu a previsão de importações chinesas de 90 para 88 milhões de toneladas.

SOJA NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – POR BUSHEL

  • Março/2019: US$ 9,14 (+1,25 cent)
  • Maio/2019: US$ 9,28 (+1,25 cent)

Preços firmes, de estáveis a mais altos, no mercado brasileiro de soja. As atenções estiveram voltadas para o relatório do USDA, com compradores e vendedores não querendo fixar grandes volumes diante disto, o que levou a um dia de poucos negócios. A alta do dólar deu sustentação.

SOJA NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Passo Fundo (RS): R$ 74,50
  • Cascavel (PR): R$ 72
  • Rondonópolis (MT): R$ 66,50
  • Dourados (MS): R$ 68,50
  • Santos (SP): R$ 78
  • Paranaguá (PR): R$ 78
  • Rio Grande (RS): R$ 77,50
  • São Francisco (SC): R$ 77,50
  • Confira mais cotações

Café

O mercado brasileiro de café teve uma sexta-feira de preços mais baixos. As perdas do arábica na Bolsa de Nova York pressionaram o mercado. No começo do dia, houve alguma movimentação, mas com as perdas na bolsa as negociações travaram no país.

CAFÉ NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 405 a R$ 410
  • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 410 a R$ 415
  • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 350 a R$ 355
  • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 300 a R$ 305
  • Confira mais cotações

Em Nova York, o café arábica encerrou as operações da sexta-feira com preços mais baixos. As cotações caíram em mais um dia de apreensão nos mercados.

As perdas predominaram nas bolsas de valores e nos mercados futuros de commodities em mais um dia de maior aversão ao risco. Segue o pessimismo quanto a acordo entre EUA e China antes do fim da trégua comercial no começo de março.

A alta do dólar contra o real no Brasil exerceu pressão sobre as cotações do arábica em NY.

No balanço da semana, o contrato março acumulou queda de 1,1%.

A BOLSA DE NOVA YORK (ICE FUTURES US) – POR LIBRA-PESO

  • Março/2019: US¢ 102,60 (-1,70 cent)
  • Maio/2019: US¢ 105,60 (-1,70 cent)

Na Bolsa de Londres, o robusta encerrou as operações da sexta-feira com preços mais baixos. Segundo traders, o mercado foi pressionado no encerramento da semana pela desvalorização do arábica.

Perdas predominaram nos mercados acionários pelo mundo nesta sexta-feira, assim como nos futuros de commodities. A aversão ao risco é elevada com as preocupações em torno da crise comercial entre Estados Unidos e China, com a trégua entre os países chegando ao fim no começo de março sem novos acordos sendo fechados até aqui.

Com esse cenário preocupante para a economia global, as commodities são pressionadas e o robusta em Londres acompanhou o movimento do arábica em Nova York.

No balanço da semana, o contrato março acumulou uma queda de 1,1%.

CAFÉ ROBUSTA NA BOLSA DE LONDRES (LIFFE) – POR TONELADA

    • Março/2019: US$ 1.530 (-US$ 17)
    • Maio/2019: US$ 1.550 (-US$ 16)

Milho

A Bolsa de Chicago para o milho fechou com preços mais baixos. O mercado foi pressionado pelo indicativo de amplos estoques e menor demanda interna nos Estados Unidos, conforme relatório do USDA. O documento indicou, ainda, uma ampla safra na América do Sul. Na semana, a posição março acumulou queda de 1,06%.

Dados do relatório
O órgão previu que os estoques finais de passagem da safra 2018/2019 dos Estados Unidos ficarão em 1,735 bilhão de bushels, ante os 1,714 bilhão de bushels esperados pelo mercado e abaixo dos 1,781 bilhão de bushels indicados em dezembro de 2018.

Os Estados Unidos devem colher 14,420 bilhões de bushels, abaixo dos 14,509 bilhões de bushels esperados pelo mercado e aquém dos 14,626 bilhões de bushels estimados em dezembro de 2018.

A produtividade média foi indicada 176,4 em bushels por acre, frente aos 178,9 bushels por acre indicados em dezembro de 2018.

Os estoques finais da safra mundial 2018/2019 foram projetados em 309,78 milhões de toneladas, acima das 307,5 milhões de toneladas previstas pelo mercado e à frente das 308,80 apontadas no relatório de dezembro de 2018.

A safra global 2018/2019 foi estimada em 1.099,61 milhão de toneladas, abaixo das 1.099,91 milhão de toneladas previstas em dezembro do ano passado.

A estimativa de safra brasileira segue em 94,5 milhões de toneladas. A ucraniana foi elevada de 35 milhões de toneladas para 35,5 milhões de toneladas. A produção da Argentina deve atingir 46 milhões de toneladas, frente às 42,5 milhões de toneladas indicadas em dezembro. A China teve sua produção elevada de 256 milhões de toneladas para 257,33 milhões de toneladas.

MILHO NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – POR BUSHEL

  • Março/2019: US$ 3,74 (-2,25 cents)
  • Maio/2019: US$ 3,82 (-2 cents)

O mercado interno registrou lentidão nesta sexta-feira. A dificuldade em obter lotes expressivos continua, como destaca o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

O frete é novamente um problema, uma vez que a prioridade segue no escoamento da soja. Além disso, há relatos de negócios para exportação neste primeiro bimestre, absorvendo importante volume de milho em um momento atípico, comenta.

MILHO NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Rio Grande do Sul: R$ 37
  • Paraná: R$ 35,50
  • Campinas (SP): R$ 42
  • Mato Grosso: R$ 23,50
  • Porto de Santos (SP): R$ 38,50
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 37,50
  • Porto de São Francisco (SC): R$ 37,50
  • Veja o preço do milho em outras regiões

Boi gordo

A maioria dos frigoríficos encontra dificuldade para comprar boiadas, afirma a Scot Consultoria. A oferta não está abundante e há retenção de animais pelos pecuaristas, que aproveitam a melhor condição das pastagens para manter o gado engordando.

“Mas cabe ressaltar que mesmo contida, a oferta tem sido suficiente para atender a demanda, o que estabeleceu um equilíbrio nas cotações na maioria das regiões”, dizem analistas. Tanto que no balanço semanal, na média de todas as praças pecuárias pesquisadas pela Scot, as cotações fecharam com estabilidade.

Já no mercado atacadista de carne bovina com osso, a menor disponibilidade de animais repercutiu nas cotações. A carcaça de bovinos castrados subiu 1,5% nesta semana e a referência está em R$ 10,17 por quilo.

BOI GORDO NO MERCADO FÍSICO – ARROBA À VISTA

  • Araçatuba (SP): R$ 152,50
  • Triângulo Mineiro (MG): R$ 145
  • Goiânia (GO): R$ 138
  • Dourados (MS): R$ 139
  • Mato Grosso: R$ 132,50 a R$ 138
  • Marabá (PA): R$ 130
  • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 5,15 (kg)
  • Paraná (noroeste): R$ 150
  • Paragominas (PA): R$ 134,50
  • Tocantins (sul): R$ 133
  • Veja a cotação na sua região

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Dólar e Ibovespa

O dólar comercial fechou a sexta-feira, dia 8, em alta de 0,6%, cotado a R$ 3,73. Já o Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na B3, antiga BM&F Bovespa, encerrou o pregão com elevação de 0,99%, aos 95.343 pontos. O recorde do índice, de 98.588 pontos, foi registrado na última segunda-feira, dia 4.


Previsão do tempo para segunda-feira, dia 11

Sul
Uma frente fria avança pelo Rio Grande do Sul na segunda-feira e provoca chuva em todo estado, mas ainda há potencial para temporais. Por causa do aumento de nebulosidade e da chuva que pode ocorrer a qualquer hora do dia, as temperaturas não devem subir tanto como nos dias anteriores.

Entre Santa Catarina e o Paraná o tempo começa a ficar instável, trazendo chuva isolada no final do dia.

Sudeste
Uma nova frente fria se aproxima do Sudeste do Brasil e pancadas de chuva ganham força pelo estado de São Paulo e do Rio de Janeiro.
O tempo segue firme no norte mineiro.

Centro-Oeste
A chuva perde força em grande parte da região Centro-Oeste, mas pancadas ainda podem ocorrer a qualquer hora do dia por causa da grande quantidade de umidade e calor. Os maiores acumulados ocorrem no noroeste de Mato Grosso e também Goiás.

Nordeste
O tempo fica firme entre o interior da Bahia e do Piauí. No entanto, o litoral do Maranhão e Ceará devem ter o tempo mais fechado.

Norte
A chuva perde força em toda a região, mas ainda há possibilidade para
pancadas isoladas em todos os estados, com exceção de Roraima, onde o tempo firme ainda predomina.