Soja

Soja: relatório do USDA deve indicar aumento de safra no Brasil e na Argentina

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

soja
Foto: Ministério da Agricutura

Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a segunda-feira, dia 10, com preços mais baixos. Na véspera da divulgação do relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), o mercado aguarda por novidades nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, à espera de sinais de demanda. O relatório também deve indicar elevação na safra de soja do Brasil e da Argentina.

O resultado de novembro das importações chinesa decepcionou e ajudou a pressionar o mercado inicialmente. As compras de soja em grão da China totalizaram 5,38 milhões de toneladas em novembro, com retração de 38% sobre igual mês de 2017.

Os traders também se posicionaram frente ao relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), que será divulgado nesta terça, dia 11. O órgão deverá reduzir a estimativa dos estoques de passagem 2018/2019 de soja americana.

Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o USDA indicará estoques de 940 milhões de bushels. No relatório anterior, a estimativa era de 955 milhões.

Para as exportações americanas em 2018/2019, o mercado aposta em número de 1,923 bilhão de bushels (ou 5 milhões de toneladas), contra 1,9 bilhão projetados no relatório de novembro.

Os estoques globais para 2018/2019 deverão ser elevados de 112,1 milhões para 113,2 milhões de toneladas. O mercado aposta que o USDA indique safra brasileira de 121,1 milhões de toneladas, contra 120,5 milhões em novembro. Para a Argentina, a previsão deverá passar de 55,5 milhões para 55,7 milhões de toneladas.

SOJA NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – POR BUSHEL

  • Janeiro/2019: US$ 9,09 (-7 cents)
  • Março/2019: US$ 9,22 (-6,25 cents)

Brasil

Em dia de dólar subindo e Chicago recuando, os preços da soja tiveram comportamento misto no mercado doméstico. Como resultado, não houve registro de grandes volumes trocando de mãos.

O produtor de soja, que já vem retraído, aguarda o relatório de dezembro do USDA, que
será divulgado nesta terça.

SOJA NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Passo Fundo (RS): R$ 80
  • Missões (RS) R$ 80
  • Cascavel (PR): R$ 76 
  • Rondonópolis (MT): R$ 70
  • Dourados (MS): R$ 76
  • Santos (SP): R$ 82,50
  • Paranaguá (PR): R$ 80,50
  • Rio Grande (RS): R$ 82,50
  • São Francisco (SC): R$ 82,50
  • Confira mais cotações

 


Milho

Fecharam em baixa as cotações dos contratos futuros para o milho na Bolsa de Chicago.. O mercado sentiu o impacto do fraco desempenho da soja e do trigo. As perdas foram limitadas pelo anúncio de uma venda de grande volume de cereal americano ao México.

Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao USDA a venda de 1,646 milhão de toneladas de milho ao México. Do total, 1,104 milhão de toneladas serão entregues na temporada 2018/2019 e o restante, em 2019/2020.

A previsão é que o USDA divulgue em seu relatório desta terça-feira a elevação da previsão de estoques finais da safra dos EUA e mundial, na comparação com os dados divulgados no mês anterior.

Os estoques de passagem da safra americana 2018/2019 devem ficar em 1,744 bilhão de bushels, acima do 1,736 bilhão de bushels estimados no relatório de novembro.

A expectativa é de que os estoques globais na temporada 2017/2018 sejam indicados em 340,6 milhões de toneladas, abaixo dos 340,9 milhões de toneladas indicados em novembro. Para a temporada 2018/2019, analistas estimam que o USDA possa indicar estoques finais globais de 308,4 milhões de toneladas, acima das 307,5 milhões de toneladas apontadas em novembro.

MILHO NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – POR BUSHEL

  • Março/2019: US$ 3,84 (-1,5 cent)
  • Maio/2019: US$ 3,91 (-1,5 cent)


MILHO NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Rio Grande do Sul: R$ 37,50
  • Paraná: R$ 32
  • Campinas (SP): R$ 39
  • Mato Grosso: R$ 24
  • Porto de Santos (SP): R$ 38
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 36,50
  • Porto de São Francisco (SC): R$ 36,50 
  • Veja o preço do milho em outras regiões

 


Café

O mercado brasileiro de café teve uma segunda-feira de preços fracos, tirando algumas exceções, como o arábica no sul de Minas Gerais, que teve altas nominais. Apesar das altas para o arábica na Bolsa de Nova York e no dólar, o mercado nacional esteve pouco movimentado e ocorreram quedas pontuais.

A pressão veio mais em função da baixa liquidez, do desaquecimento do mercado, do que diante da oferta excessiva. O dia foi de pouca intenção de compra.

CAFÉ NO MERCADO FÍSICO – POR SACA DE 60 KG

  • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 435 a R$ 440
  • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
  • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 350 a R$ 355
  • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 310 a R$ 315
  • Confira mais cotações

Nova York

A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica
encerrou as operações da segunda com preços mais altos. De acordo com traders, o mercado apresentou um movimento de recuperação técnica, após recentes perdas. Na semana passada, o mercado acumulou uma
desvalorização de 3,2%.

Assim, fundos e especuladores entraram cobrindo posições vendidas, o que resultou no avanço das cotações em Nova York, e isso mesmo em dia de baixas do petróleo e com o dólar firme contra outras moedas (o que pressiona o café para baixo).

CAFÉ ARÁBICA NA BOLSA DE NOVA YORK (ICE FUTURES US) – POR LIBRA-PESO

  • Março/2019: US¢ 105,15 (+1,05 cent)
  • Maio/2019: US¢ 108,3 (+1,1 cent)

Londres

A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres encerrou as operações com o café robusta com preços mais baixos.

O mercado caiu seguindo a desvalorização do petróleo. As cotações também foram pressionadas pela alta do dólar contra o real e outras moedas. Já são nove sessões seguidas de perdas para o robusta londrino. Os fundamentos seguem de baixa, com a ampla oferta global e entrada da safra de robusta do Vietnã, com expectativa de produção recorde vietnamita, assim como o recorde colhido no Brasil.

CAFÉ ROBUSTA NA BOLSA DE LONDRES (LIFFE) – POR TONELADA

  • Janeiro/2019: US$ 1.524 (-US$ 9)
  • Março/2019: US$ 1.548 (-US$ 6)

Boi gordo

Em algumas regiões, a oferta moderada de boiadas mantém as cotações firmes, com os compradores ofertando preços maiores pela arroba nesta segunda-feira, de acordo com avaliação da Scot Consultoria.  É o caso de São Paulo e Goiás, por exemplo, onde a arroba subiu 0,3% e 0,4%, respectivamente, refletindo a dificuldade na aquisição de matéria-prima.

Porém, segundo levantamento da Scot, este cenário não é válido para todas as praças. No norte do Tocantins e em Paragominas (PA), por exemplo, a oferta é suficiente para atender à demanda, permitindo que as indústrias testem o mercado.

Das 322 praças pecuárias pesquisadas pela consultoria, houve alta em 8 e queda em 6 na arroba do boi gordo. Mesmo que a tendência seja de aumento do consumo na segunda quinzena do mês, devido às festas de fim de ano, é na primeira metade do mês que as escalas de abate para atender essa demanda são definidas.

BOI GORDO NO MERCADO FÍSICO – ARROBA À VISTA

  • Araçatuba (SP): R$ 149
  • Triângulo Mineiro (MG): R$ 144
  • Goiânia (GO): R$ 138
  • Dourados (MS): R$ 145
  • Mato Grosso: R$ 129 a R$ 133,5
  • Marabá (PA): R$ 132
  • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,85 (kg)
  • Paraná (noroeste): R$ 151,50
  • Paragominas (PA): R$ 139,5
  • Tocantins (sul): R$ 134
  • Veja a cotação na sua região

Dólar 

O dólar comercial fechou a negociação de segunda em alta de 0,69%, cotado a R$ 3,916 para a compra e a R$ 3,918 para a venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,893 e a máxima de R$ 3,947.

O mercado foi influenciado por uma forte piora no cenário exterior após a primeira-ministra britânica, Theresa May, confirmar o adiamento da votação do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia (o Brexit), marcado para esta terça-feira.  Segundo May, ainda não há data para uma nova votação.

O economista da Renascença Marcos Pessoa afirma que esta é mais uma incerteza que está no radar do mercado. “Mais uma indefinição que fica para 2019. Por isso, tanto estresse no mercado após a confirmação do adiamento do Brexit”, comenta.

Ele acrescenta que, no cenário local, as incertezas são ainda maiores e devem ganhar atenção após o novo governo assumir o comando. “Tem toda o imbróglio da reforma da Previdência a ser resolvido, tem o ajuste fiscal, tem a cessão onerosa e ficou tudo para 2019 e vai adiando o rali que o mercado esperava”, reforça.

 


PREVISÃO DO TEMPO PARA TERÇA-FEIRA, DIA 11

 

Sul

A nebulosidade aumenta na região, principalmente no extremo sul do Rio Grande do Sul e na porção oeste do Paraná e de Santa Catarina, mas não há previsão para chuva.

Como os ventos vêm da direção norte com mais força, o que traz um ar bem mais abafado do interior brasileiro. A tarde será quente e abafada, principalmente na porção central e oeste dos três estados.

 

Sudeste

Ainda há previsão de chuva volumosa com risco para transtornos no Espírito Santo. Em São Paulo e extremo sul mineiro, o tempo fica firme.

Já no Rio de Janeiro haverá bastante nebulosidade e chuva intermitente, principalmente no período da tarde. As temperaturas seguem em elevação.

 

Centro-Oeste

A chuva continua em grande parte de Goiás e de Mato Grosso, com acumulados mais baixos que nos dias anteriores e maiores períodos de sol.

Em Mato Grosso do Sul, metade sul de Goiás e de Mato Grosso, o tempo fica firme, com sol e poucas nuvens. Na parte da tarde, as temperaturas sobem e o tempo fica bem abafado.

 

Nordeste

As instabilidades seguem atuando na região, mas os maiores volumes de chuva ocorrem no Maranhão. Na Bahia, a chuva perde intensidade, mas ainda ocorre a qualquer hora do dia.

Chuva isolada no final da tarde e com um tempo mais aberto na maior parte do dia do Recôncavo Baiano até o Rio Grande do Norte. O tempo seco predomina no interior, entre o norte baiano e interior pernambucano.

 

Norte

A terça-feira será de tempo instável e com chuva volumosa no interior do Pará e do Amazonas. Nas demais áreas também chove, mas com volumes menos expressivos.

O tempo segue abafado em todos os estados e com bastante nebulosidade.