Setor de defensivos prevê melhora em faturamento

Expectativa é de que resultados no final do ano compensem a queda de 25% vista no primeiro semestre

O setor de defensivos agrícolas prevê uma leve recuperação no faturamento até o fim do ano. As vendas caíram no primeiro semestre, mas a expectativa é que a demanda por esses produtos aumente nos próximos meses. A Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) estima que o setor deve fechar o ano com cerca de US$ 11 bilhões em faturamento, número próximo ao registrado em 2013. A receita em dólar teve queda de 25% neste primeiro semestre, em relação ao mesmo período de 2014.

Para o diretor executivo da entidade, Eduardo Daher, a redução se deve à desvalorização do real frente à moeda norte americana e aos atrasos nas compras de agroquímicos.

–Por razões de instabilidade política e institucional, por razão dessa variação cambial muito forte num período muito curto e por razões de preço de commodity, nós estamos vendo pessoas protelarem a decisão de compra – disse

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a queda na receita ocorre porque as empresas não estão repassando para o agricultor o aumento do custo do defensivo. Além disso, o produtor tinha grande quantidade de agroquímicos em estoque.

O clima também pode ter interferido na decisão de compra do agricultor. A incidência de pragas foi menor por causa do tempo seco. Mas as previsões para os próximos meses indicam maior volume de chuvas em importantes regiões produtoras, como o Sul e Centro-Oeste. Isso pode aumentar a demanda por defensivos. 

Quem não comprou o defensivo antecipadamente corre o risco de encarar preços mais altos por causa da concentração da demanda. Mas para o Sindiveg, o principal problema do setor é a burocracia. Alguns produtos demoram anos para serem liberados, o que aumenta o contrabando e reduz o faturamento de empresas legalizadas.