Setor arrozeiro tenta se recriar para sair da crise

Intuito das entidades que representam as indústrias e produtores é criar alternativa para queda de 17% no consumo per capita do grão

Fonte: Pexel

O setor arrozeiros vive uma crise, mas já tem uma alternativa para amenizar seus efeitos. A proposta é fazer vendas ao governo de produtos derivados de arroz. As primeiras aquisições desses produtos devem acontecer em breve.

Nos últimos 20 anos, o consumo de arroz por pessoa caiu 17% no país. Trata-se de uma estatística que preocupa imensamente os produtores do grão. Para tentar reverter esaa situação, a cadeia arrozeira se uniu para criar uma alternativa. A ideia é incentivar as compras governamentais de derivados como farinha, óleo e até massa fabricada com arroz para inclusão na cesta básica e na merenda escolar.

“Acreditamos que o incentivo das compras governamentais de produtos derivados do arroz será fundamental, tanto como apoio econômico para o setor, como também para a saúde da população brasileira”, diz o diretor comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata.

Hoje, o governo compra 19 toneladas de derivados de arroz por ano. Para o setor, isso é pouco. Por outro lado, o Irga reconhece que as indústrias também precisam fazer sua parte para aumentar essa participação.

“Ainda temos um produto pouco produzido em larga escala. Então temos uma restrição de empresas ofertantes e nosso trabalho também será de incentivar as indústrias a diversificarem seus portfólios”, conta Barata. “A gente quer que elas participem com uma frequência maior nas licitações, mas isso vai depender muito do incremento dos potenciais ofertantes”.

Com isso, a expectativa é de que o produtor de arroz do Rio Grande do Sul, estado com maior área do país, também seja beneficiado pelo incremento nas compras do produto. Especialmente por parte de Santa Catarina, que compra por ano 500 mil toneladas de arroz.

“Santa Catarina já tem uma tradição em consumir derivados de arroz. A partir do momento que tiver uma expectativa de um volume de compras por parte do governo, nós indicaremos uma indústria que teria condições de abastecer esse mercado. Enxergamos que isso poderia ter uma nova demanda para a indústria”, conta o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho.