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Seguro rural: procura aumenta 13%, mas produtor segue insatisfeito

Apesar de mais prevenidos, agricultores brasileiros não aprovam opções disponíveis no mercado; nova modalidade deverá entrar em operação no segundo semestre

Fonte: Pixabay

O produtor brasileiro contratou mais apólices de seguro em 2017. De acordo com a Federação Nacional de Seguros, o volume contratado em todas as modalidades de seguro rural aumentou 13% em relação ao ano anterior, somando R$ 4,1 bilhões. Para 2018, o setor projeta mais 10% de crescimento. Apesar de mais prevenido, o agronegócio não está satisfeito com os modelos disponíveis no mercado.

O seguro rural é uma das modalidades mais rentáveis no agronegócio. A venda de apólices para proteção de lavouras é um negócio bilionário. Em 2017 as seguradoras pagaram cerca de R$ 850 milhões em indenizações para produtores rurais.
“O Seguro rural é imprescindível. Deveria ser a decisão número um do produtor. Ele não poderia plantar sem ter o seguro rural”, diz o consultor de finanças Ademiro Vian.

Hoje o Brasil conta com dez companhias que fazem seguro rural – oito são estrangeiras – e quatro delas detêm 72% do mercado. Apesar do aumento na contratação de apólices, consultores acreditam que a medida adotada pelo governo para o seguro é inconstante e impede o aumento da concorrência, o que deveria beneficiar o produtor.

O atual modelo de seguro é a subvenção, em que o governo arca com com até 70% do prêmio. Vian afirma que já houve muitas adaptações, mas é preciso haver definições.

Para a safra 2017/2018, o governo liberou R$ 384 milhões, recurso destinado a mais 50 culturas. Desse total, R$ 115 milhões foram para apólices de milho segunda safra e trigo; R$ 175 milhões para grãos de verão, como soja, milho , arroz e feijão; R$ 72 milhões para frutas; R$ 1 milhão para pecuária; R$ 21 milhões para as demais culturas; e R$ 5 milhões para um projeto piloto envolvendo a participação direta do setor privado.

A iniciativa inédita no Brasil terá início no segundo semestre de 2018. De acordo com o presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (​FenSeg) e da Comissão de Seguro Rural, Wady Cury, o governo impôs uma regra: ele paga 25% do prêmio e o agricultor, entre 25% e 50%, mesma faixa destinada à indústria, indicando na apólice quem serão os beneficiários. “Essas indústrias têm aí uma possibilidade de também terem os seus interesses de risco no campo segurados pela mesma apólice, ou seja, há uma convergência de interesses”, afirma Cury.