Rotação de cultura é destaque na abertura da colheita de arroz

Pesquisas avançam no desenvolvimento de variedades de soja adaptadas ao solo encharcado em que é cultivado o cereal 

Fonte: Roberta Silveira/Canal Rural

O Canal Rural exibe no sábado, ao vivo, a abertura oficial da colheita do arroz, direto do Rio Grande do Sul. A programação do evento começou nesta quinta-feira, dia 16, tendo como um dos principais destaques de manejo a rotação de culturas com a soja. 

Os produtores que vêm até a estação experimental do Instituto Rio Grandense do Arroz querem saber quais são as novidades do setor. Na vitrine tecnológica da 27ª abertura oficial da colheita do arroz, empresas de institutos de pesquisa também mostram as soluções para problemas enfrentados pelos rizicultores, como a resistência de plantas invasoras. 

“Dentre estes problemas, nós temos uma série de invasoras de difícil controle. A gente tem capim arroz resistente, ciperáceas resistentes e uma série de invasoras que estão diminuindo a produtividade do produtor”, afirma o representante técnico da Basf, Rodrigo Siqueira Machado. 

Além da tecnologia e do manejo para o cultivo do arroz, os produtores também estão interessados em alternativas para rotação das culturas. E aí a soja se destaca, porque a pesquisa tem avançado no desenvolvimento de variedades adaptadas ao solo encharcado em que é cultivado o arroz. 

A soja BS Irga 1642 I Pro é um lançamento com potencial de atingir até 100 sacas por hectare. Segundo o engenheiro agrônomo da Bayer, Eduardo da Silveira Goulart, o ambiente de cultivo faz a diferença. 

 “É uma material adaptado à várzea. No nosso ambiente de cultivo a gente tem áreas muito planas,  com difícil drenagem, que são extremamente adaptadas ao arroz,mas que pra um cultivo de sequeiro, além da tecnologia pra drenar, materiais com alta resistência a esta condição de permanecer alguns momentos alagadas”, analisa. 

O produtor Luzardo Flores produz arroz há mais de 30 anos e agora está animado para diversificar o cultivo. 

 “A vantagem maior é limpar a área de arroz vermelho. Eliminar o arroz vermelho é a vantagem maior que se tem. Mesmo que você nãoproduza muita soja, mas só de limpar a área e terminar com o arroz vermelho na maior parte possível, você vai colher mais arroz, você vai colher mais arroz, de mais qualidade e sem arroz vermelho que é descontado do engenho, no silo”, conta. 

A programação da abertura da colheita do arroz também abre espaço para a discussão de temas importantes no setor. A câmara nacional setorial do arroz transferiu a reunião de Brasília para Cachoeirinha. Uma reivindicação dos produtores gaúchos é mudança da tributação do produto. 

“Nós temos estados onde a produção de arroz não é significativa, como por exemplo Minas Gerais. Então,o arroz importado entra em Minas Gerais e paga uma alíquota de ICMS de 4%, enquanto que a alíquota de ICMS pra sair do Rio Grande do Sul e ir para Minas Gerais é de 7%. Só aí há um ganho do arroz importado em relação ao do Rio Grande do Sul. Isto é o que precisa ser feito”, diz o presidente da câmara setorial do arroz, Daire Coutinho. 

“É uma atitude política para que se equalize o ICMS para o país inteiro e tire esta vantagem do produto importado sobre o produto nacional”, aumenta. 

Outra boa notícia é o investimento na capacitação dos produtores. 

“Nós faremos agora um acordo com o Sebrae e o Senar pra levar curso de gestão para os nossos produtores. Nós vamos assinar isto amanhã, ou depois de amanhã e devemos começar ainda este ano”, destaca o presidente da Irga, Guinter Frantz.