Presidente da Petrobras pede demissão

A decisão ocorre após o governo lançar medidas com custo de R$ 13,5 bilhões para baixar o preço do diesel

Fonte: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A Petrobras informou na manhã desta sexta-feira, dia 1º, que o presidente da estatal, Pedro Parente, pediu demissão do cargo. O executivo estava, por volta das 11h30, em reunião com o presidente da República Michel Temer, no Palácio do Planalto. O encontro – e a demissão – ocorrem após o governo lançar medidas com custo de R$ 13,5 bilhões para baixar o preço do diesel e ajudar a encerrar a greve dos caminhoneiros.

No final do dia, o conselho de administração da Petrobras indicou o diretor executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro, como presidente interino, após a saída de Parente. Em comunicado, a estatal disse que o executivo irá acumular as duas funções até a eleição do novo comandante.

Na carta de demissão entregue pessoalmente, Parente relatou que a greve dos caminhoneiros e suas consequências colocaram a política de preços da Petrobras sob “intenso questionamento” e “novas discussões serão necessárias”.

Ele disse ainda que, diante desse quadro, sua presença à frente da empresa deixou de ser positiva e de contribuir para a construção das alternativas que o governo tem pela frente. “Sempre procurei demonstrar, em minha trajetória na vida pública que, acima de tudo, meu compromisso é com o bem público. Não tenho qualquer apego a cargos ou posições e não serei um empecilho para que essas alternativas sejam discutidas”, registrou na carta. 

Parente sai do cargo após a companhia ter reduzido o preço do diesel nas refinarias para atender ao pleito dos caminhoneiros. A política de preços de combustíveis da Petrobras, com reajustes até diários e uma das principais mudanças feitas na gestão de Parente, foi um dos principais alvos de críticas dos caminhoneiros, mas é apontada pelo mercado como uma das medidas que fez a estatal voltar a ter lucros.

Dólar

O dólar acelerou alta ante o real após a Petrobras informar a fato. A moeda norte-americana já tinha aberto em alta refletindo dados da criação de vagas nos Estados Unidos, mas reduziu ganhos e operava praticamente estável quando saiu a notícia sobre a saída de Parente.

Às 12h11 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 0,45%, a R$ 3,7540 na venda, enquanto o dólar futuro, com vencimento em julho, avançava 0,77%, a R$ 3,764.