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Soja abaixo de US$ 8 por bushel e Selic a 5,75%, projeta Itaú

O banco apresentou à imprensa nesta quarta, dia 5, perspectivas para a economia brasileira e para o agronegócio; entenda os números

soja estampada com dólar e real
Foto: Pixabay/Montagem: Canal Rural

O preço da soja pode cair abaixo dos US$ 8 por bushel, projeta o Itaú. Segundo o diretor de Agronegócios do banco, Pedro Fernandes, a demanda mundial está menor. A China, por exemplo, deve reduzir as compras após ter perdido parte do plantel de porcos devido ao surto de peste suína africana.

Agora, o mercado está de olho avanço do plantio da safra dos Estados Unidos. “Para ter cotações mais altas, seria necessária uma quebra de 40 milhões de toneladas na safra americana. Se eles produzirem 120 milhões de toneladas, teríamos uma relação de consumo igual à temporada 2017/2018”, diz.

Mas se por um lado a peste PSA tende a prejudicar os exportadores de soja, por outro, as vendas de proteínas podem trazer mais lucro. De acordo com o Itaú, grandes empresas de proteína animal estão se beneficiando com preços mais altos. “Elas terão geração de caixa maior e podem usar esse benefício para operar ao final desse período com nível de endividamento mais baixo”, explica o analista de Alimentos e Bebidas do banco, Antonio Barreto.

A instituição financeira apresentou projeções para a economia brasileira com foco no agronegócio nesta quarta, dia 5. Entre os números, uma taxa básica de juros jamais vista: 5,75%. Fernandez diz este patamar da Selic mudaria a forma como o produtor tem acesso a crédito, diminuindo a dependência dos recursos do Plano Safra.

“A grande vantagem de não dependermos do crédito oficial é que produção agrícola vai crescer conforme a atratividade que produzir alimentos e energia tenha. Cada vez mais, o governo vai cuidar da parte que precisa de suporte: pequenos e médios produtores e os planos de seguro”, afirma.

Índices da economia

O Produto Interno Bruto brasileiro deve crescer 1% em 2019, ano em que o PIB mundial pode aumentar até 3,3%, segundo o Itaú. Para os Estados Unidos, a projeção é de +2,4%. Já a China cresceria 6,2%.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que representa a inflação, deve subir 3,6%. Mas o Itaú alerta que caso o número de brasileiros desempregados caia, o ajuste pode ser maior, mas não acima dos 4%.