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Medo e preconceito não impedem mulheres de pilotar grandes máquinas

Apesar de 71% da força feminina no campo já ter sofrido com discriminação de gênero, elas se destacam pelo empenho e talento

A participação de mulheres em funções e cargos dominados por homens vem crescendo no campo, mas esse processo não é fácil para muitas delas. Uma pesquisa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) revelou que 71% das 300 entrevistadas já sofreu preconceito.

Para apoiá-las, a montadora Case IH realizou um dia de campo, em Pedro Osório (RS), nesta quinta, 1º. Foram convidadas especialistas em pilotar grandes máquinas.

“Percebo que as pessoas acham estranho quando chego em uma fazenda. Mas na hora de ir embora, no agradecimento e aperto de mão, vejo superei a expectativa. Quando a gente sabe realmente o que está fazendo, rompemos qualquer barreira”, conta a engenheira agrônoma e especialista de serviços da Case IH, Camilla Missio.

Camilla percorre o Brasil ensinando mulheres a pilotar, a decidir com segurança e o mais importante: a confiar nelas mesmas. A estudante de agronomia Katharina Wickboldt diz que a motivação é muito bem-vinda. “É um ambiente muito masculino e parece que você sempre tem que provar que sabe”, desabafa.

A especialista deixa claro que nunca teve medo de encarar o maquinário e muito menos o preconceito. “As máquinas nunca me intimidaram, apesar de gigantes. Eu sempre fiquei curiosa de mexer. Os homens, muito menos”, afirma.

Os colegas de profissão concordam que em questão de competência e talento, elas não deixam nada a desejar. “Conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo, com eficiência, e o mercado demanda essa agilidade e assertividade”, diz o engenheiro agrícola Victor Hugo Cavassini.