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Chance de glifosato ser banido é mínima, diz doutora em agronomia

Especialista avalia os resultados numéricos da consulta pública da Anvisa sobre o uso do herbicida

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta terça-feira, dia 9, os resultados numéricos da consultoria pública sobre o uso do glifosato, encerrada na última segunda-feira. Um levantamento feito pelo Canal Rural com os números da agência indica que, de 11.239 respostas, 19% defendem a manutenção do herbicida com ou sem restrições e 81% defendem sua proibição. Com o prazo da consulta pública encerrado, a Anvisa deve analisar e consolidar as sugestões enviadas 

A doutora em agronomia Dana Katia Meschede afirma que, mesmo com esse resultado, as chances de o produto ser banido do mercado brasileiro são mínimas. Ela também sugere como combater a ideia errada que muitos têm sobre o herbicida.

“Eu não acredito no banimento, pois a pesquisa da sociedade é importante, mas a reavaliação do uso do produto é feita com argumentos técnicos. Esse tipo de pesquisa fornece opiniões que não são baseadas em aspectos técnicos e conta com muita influência da mídia, que às vezes é muito desfavorável ao glifosato ou outro agroquímico por falta de uma boa explicação à população”, contou.

Na opinião da doutora, o banimento não deve ocorrer por causa de estudos que comprovam que o produto não provoca danos ao humanos e o fato de mercados do exterior manterem a autorização do uso. Para ela, o que falta é dar à população mais informações para compreender a importância do herbicida na agricultura moderna.

“A agricultura sempre foi muito precária na questão do marketing, no sentido de mostrar o bem que ela faz para a humanidade. Atualmente, estão trabalhando mais nisso, mas é uma batalha difícil, já que é muito mais fácil levantar uma bandeira ambientalista e dizer que a agricultura está destruindo o meio-ambiente e ocultar o lado bom, como a sustentabilidade dessa molécula que proporciona a realização do plantio direto, que elimina processos de degradação da terra, assoreamento de rios e garante a produção de mais alimentos para o mundo.”

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