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Tributação pode levar agronegócio do Brasil à falência, diz Daoud

O comentarista do Canal Rural afirma que não adianta governo fechar acordo com Estados Unidos e Europa se competitividade brasileira for prejudicada

A crise fiscal dos estados está aumentando cada vez mais a pressão tributária sobre produtos do agronegócio. A partir desta quinta-feira, 1º, por exemplo, o governo de Santa Catarina vai começar a cobrar 17% de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre insumos agrícolas. A expectativa da federação da agricultura é que com a medida, os custos de produção no estado subam 25%.

O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud afirma que há, entre lideranças de entidades e do Ministério da Agricultura, falta de capacidade e entendimento sobre o assunto e sobre os possíveis impactos que tributações assim podem trazer ao agronegócio.

“Não adianta fazer acordo com os EUA ou com a Europa. Nós não temos competitividade. Uma tonelada de leite lá fora custa menos do que aqui. Nós temos mais de 200 deputados que se dizem a favor do agro e estamos indo para o buraco”, disse.

Daoud afirma que as taxações estão de acordo com um programa liberal do governo, de tributar e tirar benefícios fiscais. “É uma irresponsabilidade dos governadores e do próprio governo federal que vai levar à falência a agropecuária, assim como levou a indústria”, afirmou.