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Confira os efeitos da seca nas lavouras de soja pelo país

Produtores que acompanham o Canal Rural têm enviado relatos sobre os efeitos da estiagem; veja fotos

A ausência de chuva em regiões produtoras de soja está deixando agricultores em alerta. Por todo o país, contam-se os prejuízos. Em Barretos, interior de São Paulo, desde 2 de dezembro não chove, segundo o produtor Gilvan Orlovicks, que deve perder 40% dos 726 hectares que possui.

Volmir Orlando, que tem propriedades nos municípios goianos de Rio Verde, Montividiu e Paraúna, estima que 10% dos seis mil hectares cultivados devem ser perdidos pela falta de chuvas que castiga a região por 15 dias. Por lá, a soja está levemente amarela e murcha.

Estado crítico

A safra paranaense 2018/2019 será 500 mil toneladas menor do que o previsto em novembro, informa o relatório do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgado nesta quarta, dia 19. Além disso, o número de lavouras em bom estado caiu 17 pontos percentuais neste meio tempo, totalizando 80%, segundo o documento.

“É desesperador ver a soja morrer. Saber que não vai dar colheita e tem muito compromisso para ser cumprido”. A fala do vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Paraná (Aprosoja-PR), José Sismeiro, sintetiza o cenário desesperador enfrentado pelos sojicultores do estado.

Sismeiro diz que ainda é cedo para falar sobre os prejuízos, mas acredita que a perda será ainda maior do que o Deral estima. “Quem plantou mais tardio terá uma produtividade melhor, mas nada do que estamos costumados a colher”, lamenta.

A gravidade do rombo é endossada pela estimativa da consultoria Safras & Mercado. De acordo com o analista de mercado Paulo Molinari, o estado pode perder três milhões de toneladas para a seca.

Segundo o vice-presidente da Aprosoja-PR, eles agendaram uma visita com a futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para relatar os problemas e pleitear prorrogação no pagamento dos recursos de investimentos acessados.

Super safra?

“Se tornou difícil dizer que teremos uma safra sequer superior a do ano passado, apesar do aumento de área e bom desenvolvimento até novembro. Deve vir abaixo de 120 milhões de toneladas”, enfatiza Molinari.