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Cenário político na Argentina pode afetar o agro no Brasil? Analista responde

Mauricio Macri, atual presidente argentino, que assumiu em 2015, deixa o cargo com uma grave crise econômica e social instalada no país

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Alberto Fernández venceu no primeiro turno, as eleições presidenciais na Argentina, tendo a ex-presidente Cristina Kirchner como vice na chapa. O presidente eleito traz de volta à esquerda ao poder no país depois de apenas um mandato de alternância com o liberal Maurício Macri.

Advogado e há dez anos afastado da política ativa, o desempenho de mais destaque de Fernández foi como chefe de gabinete de Néstor Kirchner, entre 2003 e 2007. Um dos planos do presidente eleito para estancar a crise econômica é um projeto de congelamento de preços 180 dias e garantir um aumento salarial de emergência.

‘A única coisa que me preocupa é que os argentinos deixem de sofrer. Nosso compromisso é com cada um dos argentinos’, afirmou o presidente eleito em discurso.

 O professor de agronegócio da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcos Fava Neves, comentou que a Argentina, um dos maiores exportadores globais de milho e soja, pode ter de volta barreiras às exportações com o novo governo. “A volta das taxas vai tirar margem da produção argentina’, afirma ele.

“Argentina e o Brasil são grandes parceiros e não podemos permitir nenhum retrocesso.  Já as negociações devem ser feitas entre ministros, já que os dois têm direções políticas diferentes’, explica.

Para Miguel Daoud, comentarista do Canal Rural,  tudo o que está por vir vai depender da negociação entre Bolsonaro e Fernandez. ‘A grande dúvida é como a Argentina vai negociar com o mundo. O Brasil deve se alinhar ao país para trabalharem juntos’, diz.