Direto ao Ponto

Mato Grosso deve registrar a pior produtividade em 3 anos para a soja

Para o Imea, a safra está praticamente definida em relação a volume, mas em a receita não e produtores ainda podem ter dificuldades, principalmente com o transporte e taxações do grão

As altas temperaturas e a falta de chuvas em diversas regiões de Mato Grosso, “limitam o potencial produtivo das lavouras de soja.” A afirmação é do superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. No programa Direto ao ponto deste domingo (dia 17), ele falou sobre as dificuldades enfrentados pelos produtores rurais na safra 2018/2019 e as perspectivas de produção para os próximos anos.

De acordo com o Instituto, a produtividade esperada é a menor das últimas três safras, girando em torno de 55,34 sacas por hectares. Com queda 1,58% em relação ao último levantamento e de 3,38% na comparação com o desempenho do ciclo passado.

O veranico ocorrido, principalmente em dezembro, impactou a soja que estava na fase de enchimento de grãos e acabou prejudicando a produtividade. Com isso, a produção também será afetada, garante Latorraca. Os produtores devem colher ao todo 31,94 milhões de toneladas de soja no estado. Um recuo de 581 mil toneladas se comparada à safra passada.

“Acredito que será uma boa safra. Mas quando falamos em renda, a questão é pior, pois ela ainda não está estabelecida. A safra está praticamente definida em relação a volume, mas em relação a receita, não”, afirma. “Primeiro temos a questão do Fethab e depois da comercialização e frete, pois ainda falta metade da safra para ser negociada.“

Apesar das dificuldades no ciclo da oleaginosa, a taxação do setor afetará mais o milho no estado, diz o superintendente.

Em um cenário geral, para os próximos anos, Latorraca acredita que Mato Grosso tem grandes oportunidades de crescimento e diversificação de outras culturas, como lentilha, grão-de-bico e outras variedades de feijão. “Temos a oportunidade de para outra culturas. Não tenho dúvidas que as grandes produções irão crescer ainda mais. Mas vale olhar para novas alternativas, pois estamos num momento de pensar e repensar em como aumentar nossa renda, num mercado como soja e milho com preços estabilizados”, enfatiza o superintendente.