Governo promete mais leilões de milho para atender suinocultores

Representantes de associações estaduais se reuniram com o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, para definir medidas para diminuir o custo de produção

Fonte: Thiago Gomes/Susipe

Amargando uma crise que já dura meses, representantes de associações estaduais de criadores de suínos se reuniram com o governo para encontrar soluções para a alta do cereal. O ministério da agricultura prometeu realizar um leilão ainda este mês e aumentar o limite de compra de cada produtor.

De acordo com Marcelo Lopes, da Associação Brasileira de Criadores de Suínos, existe uma grande tensão entre os pecuaristas. “Vivemos um momento de grande tensão, onde os preços não cobrem mais os custos. Existe estoque de passagem representativo, mas está havendo especulação em relação ao preço, pois os produtores já estão pagando  R$ 45 e os preços do suíno estão derretendo”, falou.

Em busca de soluções para tamanha crise, representantes de associações estaduais se reuniram com o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller, e uma medida já foi apresentada: o governo pretende fazer leilão para a venda de estoque público e garantir milho em regiões que sofrem com a alta do preço.

“Nós vamos atender. Estamos com o estoque público, principalmente, concentrando no estado do Mato Grosso e Goiás, que é onde governo fez contratos no ano passado. Nós vamos desovar a parte desse estoque para o Conab nos estados onde tem os consumos, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná e uma parte de São Paulo para poder fortalecer e aumentar um pouco a venda de balcão para o produtor”, disse Neri Geller.

Pela manhã, os representantes se reuniram com o Banco do Brasil para pedir a renegociação das dívidas. O banco ficou de analisar cada caso. “O Banco do Brasil está vendo isso com bons olhos devido a esse quadro que vem se desenhando para 2018. Agora, a gente precisa apresentar todas as notas técnicas mostrando a realidade do setor. Acredito que a gente vai conseguir fazer essas prorrogações até para que possamos adquirir em um momento mais tranquilo, já que o secretário nos passou que essa bolha vai ser estourada e o milho vai voltar aos patamares normais”, analisou Lopes.

Mercado de suínos

Desde o embargo da Rússia há três meses, sete mil toneladas de carne suína deixaram de ser exportadas. Com menos mercado no exterior, a carne foi vendida mais barata por aqui. Os criadores do sul do país foram os mais afetados, por isso, pedem agilidade do governo.

“Acredito que foi trabalhado para que a renegociação da dívidas venha amenizar a crise no setor. Já conseguimos a palavra do nosso secretário de que vai ser colocado 17 toneladas por produtor dentro do estado no milho Conab. Isso vai amenizar um pouco a crise, mas nós precisamos resolver de uma vez por todas essa questão”, disse Losivânio Luíz de Lorenzi, da Associação dos Suinocultores de Santa Catarina.

“Se o governo não intervir rapidamente nisso, a suinocultura do Sul estará fadada a desaparecer para boa parte dos produtores”, lamentou o presidente da Associação dos Suinocultores do Paraná, Jacir Dariva.