Economistas preveem aumento das exportações

Os principais parceiros comerciais do Brasil apontam crescimento para os próximos anos, o que pode ser bom para os nossos produtos

Fonte: Arquivo/ Appa

A retomada da economia brasileira passa também pelas exportações e, se depender do desempenho dos nossos principais parceiros comerciais, o Brasil pode ter um caminho mais rápido para voltar a crescer. Atualmente, são quatro potencias mundiais que, juntas, importam cerca de 60% de tudo que é produzido no país: China, União Europeia, Estados Unidos e Argentina.

“Todos os quatro vão crescer mais em 2017 do que no ano anterior e, em 2018, vão crescer ainda mais. Isso é muito positivo, pois vai aumentar a demanda de exportações brasileiras para esses países e proporcionar o aumento de preço das commodities, exceto o trigo”, analisou o economista Roberto Troster.

A China ainda é o principal parceiro comercial do Brasil e, nos últimos 16 anos, as compras cresceram, em média, 8% ao ano. Para 2017, a economia chinesa deve crescer 6,5%, o que é bom para o Brasil que, só no ano passado, conseguiu exportar mais de US$ 14 bilhões em soja.

Segundo a pesquisadora em macroeconomia da Esalq, Andreia Adami, o crescimento está diretamente ligado ao aumento do poder de compra da classe de menor renda. “Eles têm uma população muito grande e, se você for pensar na Índia, que tem uma população enorme e vê a renda crescendo, a tendência é que a maior parcela da renda seja gasta com alimentos”, analisou.

Segundo Andreia, esses consumidores querem mais qualidade nos produtos. “Procuram um produto com “sem problemas de pragas e doenças com baixo nível de produtos químicos, que não tenha resíduos.”

O mercado se mostra promissor também na América do Sul, onde os argentinos registraram alta de 32% nas importações de produtos brasileiros de 2015 para 2016, somando mais de R$ 13 bilhões. Os principais produtos envolvidos nesta relação comercial, no entanto, são os do setor de transportes: automóveis de passageiros (US$ 3,357 bi), veículos de carga (US$ 1,183 bi) e peças para automóveis e tratores (US$ 871,5 milhões)

“A Argentina está crescendo e as projeções já falam em superar os 3% do PIB neste ano. Tivemos inundações na província de Buenos Aires e isso pode afetar um pouco a safra agrícola, mas, de maneira geral, a Argentina está fazendo o que tem que ser feito política econômica. Com o país crescendo, acaba importando mais”, disse o economista Roberto Troster.

Um balanço divulgado pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio aponta que as exportações até a segunda semana de abril registraram alta. Nesse período a soma chega a US$ 973,3 milhões. Se comparado ao ano passado, o crescimento é de 26%. Os produtos básicos como petróleo, minério de cobre, semi-manufaturados, que envolvem a celulose e o óleo de soja, e os manufaturados, como veículos, puxaram a alta.

Os números mostram que, apesar da crise que atinge vários setores da economia, o futuro das exportações brasileiras e do desenvolvimento comercial de países que importam os nossos produtos ainda é muito bom. “Uma coisa que os economistas dizem é que a realidade sempre supera a imaginação, mas estamos em ‘céu de brigadeiro’ e temos um cenário externo favorável, com os preço das commodities favoráveis e as taxas de juros no pico histórico, apesar da alta recente. De maneira geral, a gente tem tudo para crescer, mas o grande desafio e o perigo do Brasil está em Brasília”, finalizou Troster.