Diesel sobe quase 25% e começa a pesar muito no bolso do produtor

Desde 2017, os reajustes são feitos pelo governo a qualquer momento e as mudanças de valor podem até ser diárias

Fonte: Pedro Silvestre/Canal Rural

O preço do diesel subiu quase 25% por cento desde julho do ano passado, quando a Petrobras mudou a política de preços dos combustíveis. Na prática, o produtor rural sente no bolso o encarecimento do insumo que é indispensável para a atividade e tenta encontrar alternativas para evitar o prejuízo durante a safra.

Para o produtor rural Ademir Caldana, o caderninho é utilizado para anotar todas as compras de diesel na fazenda. Segundo suas anotações, em um ano, o valor pago pelo combustível no interior de São paulo subiu 14%. “É sempre para cima esse reajuste. Já aconteceu de baixar um centavo ou dois, mas no próximo reajuste acaba subindo cinco’, lamentou o produtor.

Apenas um dos tratores do agricultor gasta, no mínimo, 80 litros por dia de trabalho e, dependendo da quantidade de horas trabalhadas, são consumidos 10 mil litros do combustível por mês em época de safra. “ Com essa política nova do governo, o diesel acaba sendo um dos vilões da lavoura”, disse Ademir.

A nova medida citada pelo agricultor utiliza a cotação atrelada ao mercado internacional. Desde 2017, os reajustes são feitos a qualquer momento e as mudanças de valor podem até ser diárias.

Segundo Instituto de Economia Agrícola de São Paulo, em janeiro, a média do preço do combustível no estado era de R$ 2,88 o litro. Já em novembro, o valor cobrado foi de aproximadamente R$ 3,24./, com alta no período de 12,5%, enquanto a inflação (IPCA) acumulada de janeiro a novembro foi de 2,5%.

“Pesa  mais no bolso do produtor, que precisa fazer um planejamento. Assim, para 2018, ele tem que se organizar da melhor forma possível”, disse a engenheira agrônoma Kaia Nachiluk.

De acordo com especialistas, uma das maneiras de economizar diesel na lavoura é substituir o maquinário antigo por equipamentos mais modernos, que consomem menos combustível. “O produtor terá que se readequar para poder minimizar este impacto. Vai ter que rever as suas operações, o maquinário e investir um pouco mais em tecnologia”, disse a engenheira.

O produtor, no entanto, diz que faltam recursos para investir em máquinas mais eficientes. Ele acredita que o produtor rural fica de mãos atadas diante da flutuação do preço do combustível.  “A gente tem os compromissos, então não tem como parar porque o diesel está subindo. Você é obrigado a tocar aquilo, pelo menos até fechar o ciclo da lavoura”, finalizou.