Cotações do milho podem cair até 20%, diz pesquisador

A expectativa é de que os preços caiam após a entrada da safra, no primeiro semestre de 2017

Fonte: Pedro Revillion/Palácio Piratini

O aumento da oferta brasileira de milho somado ao crescimento da produção dos Estados Unidos podem fazer com que as cotações do produto caiam até 20% após a entrada da safra. A projeção é do pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Lucílio Rogério Aparecido Alves, que aposta na queda de preços ainda no primeiro semestre do ano que vem.

“Esta nova oferta deve chegar em fevereiro ou março de 2017. Então, talvez até lá, nós poderemos ter repiques de preços e alguma sustentação – seja dezembro ou mesmo durante o mês de janeiro-. Não seria surpreendente se nós ainda tivéssemos de 15% a 20% de queda até final do primeiro semestre de 2017, com base nas informações que nós temos até hoje”, falou.

Os preços do milho já vêm em queda no segundo semestre de 2016 no Brasil. O indicador Esalq/BMFBovespa de preços no atacado na região de campinas traz a média de R$ 36 a saca em dezembro, representando uma queda de 20% em relação a agosto e, para 2017, a perspectiva é de cotação ainda menor caso seja confirmado o bom desempenho da safra brasileira.

Demanda

Apesar da safra Recorde nos Estados Unidos, que colheram mais de 386 milhões de toneladas, a demanda atual pelo produto ainda dá sustentação no preço. “Comparando as exportações americanas até esta mesma data no ano passado, os Estados Unidos exportaram 70% a mais que o volume. Existe uma grande produção e o preço poderia estar mais baixo, mas só não está porque a demanda está muito forte”, disse o diretor de commodities da INTL FCStone, Glauco Monte.

Sem novidades no curto prazo, a cotação no exterior deve permanecer abaixo dos US$ 4 por bushel, segundo Glauco.”Apesar de a demanda ser positiva, não vejo grandes movimentações de preço neste final de ano. Até porque ainda pesa uma grande safra nos Estados Unidos. Hoje, a gente está trabalhando numa faixa de US$ 3,5 e deve permanecer entre US$ 3,5 e US$ 4 dólares por bushel, na minha opinião, neste final de ano.”