Charolês ganha espaço do gado leiteiro em Santa Catarina

Preço pago pelo leite menor que o registrado em 2015 obrigou muitos produtores a trocar de atividade, e a pecuária de corte se tornou uma opção

Fonte: Assoc. Brasileira de Criadores de Charolês

O preço do leite tenta reagir, mas os valores pagos aos produtores ainda são menores dos que os registrados em 2015, ano que já foi considerado ruim para o setor. A consequência desta baixa remuneração mostra sinais. Em Santa Catarina, uma das principais bacias leiteira do país, tem pecuarista desistindo da atividade por este motivo.

Nas feiras agropecuárias, as vacas leiteiras sempre foram destaque, mas no dia de campo da Coopercampos deste ano não foi este o destaque. A produção de leite no estado vive um momento complicado. Muitos pecuaristas estão vendendo os animais a preços abaixo de mercado. Tudo para poder sair de vez da atividade. Eles preferem investir em produções mais rentáveis, já que o leite só vem dando prejuízo.

O produtor Lucas Chiocca é um exemplo, ele continua na pecuária, mas em outra área. “A atividade aqui não está dando retorno, então a gente optou de parar com a atividade e entramos no gado de corte, que não exige uma mão de obra muito qualificada, os custos são bem abaixo e hoje a pecuária de corte tá num bom momento” avalia.

A pecuária de corte está crescimento na Serra Catarinense. O gado charolês se destaca na região. O pecuarista Jair Noriler trabalha com o animal há mais de 30 anos e não consegue dar conta da demanda. “[A procura tão grande é] Devido ao peso de carcaça, os produtores estão querendo animais com maior peso, com rendimento de carcaça, precocidade, a rusticidade do charolês e, principalmente, o melhoramento que nós conseguimos nos últimos 30 anos. É um animal que reproduz bem e tem facilidade no parto” explica.

Os problemas para quem investe na pecuária de corte são os custos de produção, que estão altos, segundo os produtores. Por isso, um bom manejo de pastagem é fundamental para reduzir os gastos.

“O erro mais comum [no manejo da pastagem] é o momento da entrada dos animais a campo e a retirada destes animais. Normalmente, na média se entra com os animais com o pasto entre 60 e 70 cm de altura e devemos retirar os animais num porte de 20 a 25 cm de altura”, orienta o engenheiro agrônomo Carlos Alberto Dall’Oglio.

A dica para os pecuaristas é observar o capim. Segundo Dall’Oglio, se a ponta estiver para cima, ainda não é a hora certa de entrar. Mas se a ponta estiver dobrada, pode colocar o gado no pasto. O lembrete é tirar os animais antes que as folhas novas do baixeiro seja comida. Nas regiões frias, a opção mais resistente à geadas é o trevo. O especialista afirma que a planta fornece uma boa dose de proteína para o gado no inverno.

Veja a reportagem: