Avaliação de touro girolando usa mapeamento de DNA

Ferramenta que analisa a bagagem genética dos reprodutores vai dar maior rapidez e eficiência ao processo

Fonte: Canal Rural/reprodução

Os reprodutores da raça girolando vão passar a ser avaliados com maior rapidez e eficiência. Isso começa a ser possível através da chamada seleção genômica, que analisa a bagagem genética dos animais. Nas avaliações tradicionais, os touros são selecionados de acordo com o desempenho da progênie, baseado principalmente na produção de leite.

A ferramenta já é bastante utilizada no gado holandês. Agora, 67 touros girolando com idade entre 24 e 30 meses participam de pesquisa com esse tipo de seleção. O trabalho é conduzido pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com a Embrapa Gado de Leite, com base nas informações genealógicas dos animais. 

O coordenador do programa, Marcello Cembranelli, conta que é feita a coleta de pelo do exemplar para a extração de seu DNA. É feito então o sequenciamento para identificar as características reprodutivas da raça. “Para isso, foi feito um levantamento e criada uma fórmula que a gente chama de equação de predição. Então nós fazemos a correlação dos genes desses animais com a parte de reprodução”, afirma. O mapeamento do DNA será feitos nos Estados Unidos. 

Segundo Cembranelli, os trabalhos iniciais vão avaliar produção de leite, idade ao primeiro parto e intervalo de parto. A cada ano, novas características serão incluídas na pesquisa.  “Existe possibilidade de inserirmos a parte de sólidos do leite, avaliação de paternidade e doenças transmissíveis geneticamente”. 

O projeto pioneiro no Brasil vai garantir maior confiança na avaliação de touros. Os pesquisadores acreditam que, com a seleção genômica, seja possível reduzir consideravelmente o tempo gasto na identificação do reprodutor. No futuro, a expectativa é que a avaliação seja feita antes de o animal nascer, por meio da coleta de células do embrião. 

Com o novo sistema, não será mais preciso esperar por cerca de sete anos para ter em mãos os dados consolidados sobre os reprodutores, afirma o presidente da associação de girolando, Jônadan Ma. “Muitas informações vão estar disponíveis em dois anos. Nós vamos ter um resultado mais rápido com a somatória das duas ferramentas: a tradicional e essa mais tecnológica”, diz.