Antracnose invade interior de São Paulo e causa prejuízo a produtores de caqui

Produtor do interior de São Paulo tem sofrido com a doença e já pensa até mesmo em abandonar a cultura 

Fonte: Divulgação/Pixabay

As manchas escuras nos frutos e nos galhos são sintomas da antracnose. Este é o nome da doença causada por um fungo nos pomares de caqui na região de São Paulo nos últimos anos. A praga começou no Sul e subiu até o Sudeste do Estado, com perdas que podem chegar até 100%.

Além de reduzir a qualidade dos frutos nos pés, as frutas caem. Na região de Biritiba Mirim, houve estrago. Há quatro anos, a doença chegou no pomar. O produtor Akinobu Senda já perdeu uma safra inteira da variedade Guiombo, que é mais suscetível ao fungo. Se neste ano o prejuízo se repetir, ele pretende tomar uma atitude drástica. “Eu vou passar a moto serra, porque não compensa deixar só o pé. Aí não é viável pra mim”, conta. 

A erradicação dos pomares é a última alternativa quando o manejo de controle da doença não funciona. Até a colheita, que começa em fevereiro, o produtor tentará salvar a safra. Mas o clima quente e úmido, como tem sido frequente, é o ideal para a propagação da doença. 

Para minimizar o prejuízo, uma série de cuidados deve ser tomada pelos produtores: eliminar os ramos atacados e queimar; recolher os frutos que caíram no chão atacados e enterrar. Outros cuidados são a aplicação de calda sulfocálcica e bordalesa durante o inverno; o uso de fungicidas registrados para o controle; a análise de solo para realizar a adubação correta e evitar a falta de nutrientes. 

Da variedade Guiombo, o produtor já colheu seis caixas de 20 kg de caqui por pé, mas agora nem sabe se vai ter produção. A quebra da safra da variedade já é dada como certa, apesar de todos os cuidados e do aumento do custo de produção das fruta.

“Encarece muito e chega uma hora que é inviável. Porque o preço não vai chegar a 200 reais a caixa. Então, fica difícil”, completa Akinobu Senda.