Trigo ajuda a impulsionar crescimento nas exportações do Rio Grande do Sul no primeiro semestre do ano

Entre janeiro e junho, volume exportado aumentou 267% em relação ao mesmo período de 2010As exportações do Rio Grande do Sul somaram US$ 9,3 bilhões entre janeiro e junho de 2011, quase 30% a mais que o mesmo período de 2010. O agronegócio foi importante para esses resultados no Estado. No embarque de produtos do campo, o principal propulsor foi o trigo.

No primeiro trimestre deste ano, o preço do trigo cresceu 34,8%. Além disso, o volume de exportação do produto, entre janeiro e junho de 2011, aumentou 267% em relação ao mesmo período de 2010. Em valores, o crescimento foi de 594%.

No setor de alimentos, o Rio Grande do Sul se beneficiou por produzir um trigo semelhante ao russo. Devido a problemas na safra, a Rússia deixou de abastecer a Argélia, abrindo mercado para o Brasil.

? Tendo em vista o desinteresse que a indústria vem mostrando para o nosso produto, isso aí fez com que a recuperação de preço na safra que passou trouxesse alento, inclusive para um plantio maior de área que estamos  desenvolvendo, não só no Rio Grande do Sul, como no Paraná, que é a maior área plantada no Brasil ? disse Carlos Sperotto, presidente da Farsul.

É o caso do produtor rural Clóvis Luiz Schwenber, que vive na Fronteira Oeste do Estado. Ele decidiu aumentar a área plantada de 100 para 120 hectares.

? A expectativa é boa em termos de venda, de preço e produção. O que se espera é que isso persista, que seja rentável. Tem demanda, tem para quem vender, tem comércio, aí a tendência é ser bom para o produtor ? observou Clóvis Luiz Schwenber.

De acordo com o levantamento da Fundação Estadual de Estatística (FEE), os bons resultados do trigo devem durar pouco, mas vão render frutos ao país.

? De um lado, isso não deve se repetir na medida em que a Rússia recuperar a a produção desse produto, por outro lado, algumas coisas ficam. Por exemplo, a gente já conhece o importador é o mercado conhece o nosso mercado, algumas coisinhas a gente tira disso nos próximos anos.? frisou Cecília Rutkoski Hoff, supervisora da FEE.

Mas o trigo não foi o único produto a contribuir com as exportações. Também houve recuperação nos embarques de soja e de vários setores da indústria de transformação.

? O principal fator que contribuiu para o crescimento de quase 30% das exportações do Estado nesse primeiro trimestre foi a indústria de transformação, mas é uma indústria de transformação muito ligada ao agronegócio, ou seja, não é o alimento in natura que a gente está exportando, é um alimento com algum grau de processamento, por exemplo, óleo de soja, farelo de soja, fumo. O mesmo vale para máquinas e equipamentos ? declarou Cecília Rutkoski Hoff.