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Tabela do frete: 5 fatos que você precisa saber para ficar bem informado

Depois de uma semana de reunião com embarcadores, transportadores e caminhoneiros autônomos, governo ainda não conseguiu chegar em acordo

caminhões na estrada, caminhoneiros
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

1-Reuniões entre governo e setores continuam na próxima semana

O governo deve voltar a se reunir com representantes de embarcadores, que são os contratantes de fretes, transportadoras e caminhoneiros autônomos para continuar as negociações sobre a tabela do frete.

Na semana passada, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e representantes da pasta tiveram diversas rodadas de negociações. A ideia é tentar fechar acordos diferentes entre as 11 categorias. Segundo apuração do Canal Rural, duas delas estavam mais adiantadas e podem ter acordos fechados em breve: líquidos e contêineres.

2-Ministro da Infraestrutura é contra a tabela do frete

Apesar de seguir negociando um acordo entre as partes, o ministro Tarcísio de Freitas afirmou em entrevista nesta semana à Globo News que é contra a tabela do frete. Segundo ele,  em uma economia de mercado, a criação de pisos mínimos para o transporte rodoviário não é boa e não faz sentido. “Acho que boa parte dos (caminhoneiros) autônomos já percebem que o tabelamento foi um erro”, comentou.

Apesar disso, Freitas afirmou que uma possível ruptura do tabelamento não pode acontecer de maneira abrupta e que as recentes negociações entre os setores envolvidos se tratam de uma tentativa de ‘descolar’ a tabela do frete aos poucos. “Um trabalho de conscientização que talvez a gente avance agora”, disse. Confira a entrevista completa do ministro.

3-Estudo realizado pela Esalq-Log será usado como referência

De acordo com o ministro, a tabela do frete criada pelo Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq servirá como uma espécie de referência de preços. A partir disso, a remuneração de transportadores será feita através de acordo coletivo. “A base será a tabela da Esalq e em cima disso vamos pactuar com os setores a parcela de remuneração, que é extra custo”, disse.

A principal reclamação de caminhoneiros era que a tabela não trazia a previsão do lucro, ou seja, a remuneração da atividade. Entenda!

4-STF julga validade da tabela do frete em setembro

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, incluiu o julgamento da tabela do frete na pauta da Corte. As ações diretas de inconstitucionalidade (ADI) estão agendadas para análise em 4 de setembro. Há na Corte três ADIs, relatadas pelo ministro Luiz Fux, contra a tabela de preços mínimos de frete. Os processos foram abertos pela Associação do Transporte Rodoviário do Brasil (ATR Brasil), que representa empresas transportadoras; pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA); e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Saiba mais.

Segundo o ministro da Infraestrutura, as recentes negociações entre os setores pode ser vista como uma tentativa prevenção de qualquer tipo de declaração de inconstitucionalidade, caso o SFT julgue assim.

5-Venda de caminhões para frota própria aumenta em 2019

Uma alternativa encontrada por muitas empresas para contornar o tabelamento dos preços do frete foi a compra de caminhões para montar frotas próprias. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), entidade que representa concessionárias de veículos, as vendas de caminhões no país somaram 39 mil unidades nos cinco primeiros meses do ano, alta de 47% ante igual período de 2018.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Usuários de Transportes (Anut), Luis Henrique Baldez, o investimento em frotas próprias é um movimento natural e generalizado, embora as estratégias das empresas variem. Em alguns casos, as empresas recorrem a outras modalidades de transporte, como a cabotagem e as ferrovias. Em outros, compram ou alugam caminhões.

A produtora de soja e milho Amaggi, por exemplo, anunciou a compra de 300 caminhões da Scania em novembro passado. Na época, a montadora sueca informou que tinha outras 400 encomendas de clientes variados. O frigorífico JBS também confirmou a aquisição de 360 caminhões após a greve dos caminhoneiros.

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