Semana Nacional de Ciência e Tecnologia mostra novidades para a agricultura

Criatividade e inovação em projetos prenderam a atenção do públicoA 10ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que ocorre todos os anos no mês de outubro, mobiliza todo o país com finalidade de incentivar a população, em especial crianças e jovens, a respeito de temas e atividades de ciência e tecnologia (C&T). Em Brasília, no Distrito Federal, estudantes aproveitaram para conhecer as novidades na área de produção agrícola.

Um grupo de estudantes de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Maranhão (IFMA) trouxe uma novidade para o ramo alimentício: a farinha feita de junça, uma planta que nasce em solos úmidos. A estudante Magda Daniele conta que com a descoberta, fabricaram macarrão, biscoitos e chocolates.

– O Maranhão tem grande taxa de mortalidade infantil. Por isso, resolvemos trabalhar com algumas matérias-primas que são presentes no Estado. A junça tem alto valor nutricional, que é rico em fibras, antioxidante, vitaminas e sais minerais – destaca Magda.

Pesquisadores levaram para a SNCT uma tecnologia de produção de hortaliças bem inovadora. Os vegetais, como salsinha e rúcula, são cultivados num aquário comum. A técnica é conhecida como aquaponia. O estudante Diego Ferraz explica que é um sistema que integra a produção de vegetais com a de pescado. O diferencial é que ela pode ser usada em casa, com peixes ornamentais. Os dejetos dos peixes e restos de alimentos sevem como adubo para as hortaliças.

– É uma coisa meio futurística, já porque além de alimentar os peixes com as raízes das plantas, você vai alimentar as plantas com as fezes dos peixes. E aí fica um ciclo, é bem interessante – salienta o estudante.

Outra novidade são as plantas desenvolvidas por meio da tecnologia de clonagem. O engenheiro Agrônomo do Instituto Federal de Goiás (IFG), Renato Sérgio dos Santos, explica que as mudas são cultivadas em pequenos frascos, com um gel onde são feitas as induções para crescer as raízes e folhas. Atualmente, já podem ser clonadas orquídeas, baru, mangaba e até cana-de-açúcar.

– É uma tecnologia que, para nós da área científica e pedagógica, já temos presença. Mas para o público em geral, ainda há um desconhecimento. Também para a produção rural é bastante válido, que, às vezes, precisam de cultivares ou espécie com características genéticas favoráveis ao ambiente em que está cultura. A gente já tem possibilidade desse material – diz Santos.

A demonstração da produção de biodiesel com óleo de cozinha chamou a atenção dos visitantes. O engenheiro químico Embrapa, José Dilcio Rocha, explica que o processo é feito com a produção de um líquido em duas fases, sendo que a fase inferior é a glicerina, que é um subproduto desse processo, e a parte superior é o próprio biodiesel que depois de purificado é levado para os postos de distribuição.

– A gente, como cientista, pode deixar isso mais para perto do público. Aproveitar uma feira como essa para trazer para perto dos estudantes. Eles precisam ver como estes processos são desenvolvidos, porque são eles que vão fazer isso no futuro, desenvolver tecnologia e inovação que o país necessita – conclui.

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