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Sem BNDES, vendas de máquinas devem cair, afirma Anfavea

Segundo o vice-presidente da instituição, as esperanças se concentram no Banco do Brasil, já que há rumores de que o banco liberaria cerca de R$ 500 milhões

Design de máquinas agrícolas
Fonte: Massey Ferguson/divulgação

Com o esgotamento dos recursos do programa Moderfrota, principal linha de financiamento de máquinas agrícolas do Brasil, às vésperas da maior feira de tecnologia agrícola do país, a Agrishow, o volume de negócios envolvendo maquinários deve recuar significativamente na edição de 2019, segundo o vice-presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Alfredo Miguel Neto.

Na última segunda-feira, dia 15, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) informou ter suspendido no dia 11 pedidos de crédito do Moderfrota e do Inovagro, que financia investimentos em inovação no setor, na safra 2018/19. “O grande produtor tem alternativas, com linhas do banco onde é correntista, mas o pequeno e o médio não têm. As vendas não devem parar na feira, mas vai haver uma redução grande”, disse Miguel Neto.

A Agrishow será realizada em Ribeirão Preto (SP) de 29 de abril a 3 de maio. Conforme o executivo da Anfavea, o investimento necessário para cobrir toda a demanda do setor agrícola seria de R$ 14 bilhões. No entanto, o valor liberado foi de R$ 8,6 bilhões, além de mais R$ 470 milhões liberados para o Moderfrota no fim de fevereiro.

Alternativas 

Outras linhas usadas por produtores rurais para financiar a compra de máquinas, como Pronaf, destinada a agricultores familiares, e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste, estão esgotadas. Miguel Neto diz que ainda é difícil estimar o tamanho da redução durante a Agrishow e que será preciso observar a reação dos produtores.

Nova call to action

 

O vice-presidente lembra que a rentabilidade no campo aumentou nos últimos anos, o que poderia levar o setor a usar recursos próprios. Não há, por ora, qualquer sinalização do Ministério da Agricultura de novo remanejamento de recursos para a linha, de acordo com o vice-presidente da Anfavea. “O ministério não tem dinheiro novo nem de onde remanejar recursos. Temos falado constantemente com eles”, afirma.

As esperanças do setor agora se concentram no Banco do Brasil. Miguel Neto diz que existem comentários no mercado de que o banco liberaria cerca de R$ 500 milhões para o setor agrícola. Mesmo se isso ocorrer, diz ele, o montante seria suficiente apenas para 15 dias.

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