Santa Catarina organiza força-tarefa para erradicar cancro europeu dos pomares de maçã

Doença prejudica crescimento vegetativo e plantas afetadas estão presentes em 10% dos cultivos catarinenses; infestação ocorre, provavelmente, por trânsito de mudas contaminadas

Fonte: Divulgação/Pixabay

Entidades ligados ao setor agropecuário de Santa Catarina estão organizando desde a semana passada uma força-tarefa para erradicar o cancro europeu dos pomares de maçã. O estado produz mais de metade das maçãs brasileiras, abrigando 48% da área da cultura e 3.017 fruticultores dedicados à atividade.

De acordo com o presidente da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola do estado (Cidasc), Enori Barbieri, os técnicos da entidade já efetuam um trabalho de acompanhamento e orientação junto aos produtores. Porém, o sucesso da erradicação do cancro europeu só será possível por meio de um trabalho coordenado. “Se todos colaborarem, vamos vencer essa luta. Devemos ressaltar que essa praga pode inviabilizar toda a produção de maçã em Santa Catarina e é justamente para evitar que isso aconteça que nos reunimos nessa força-tarefa. Vamos batalhar para preservar o nível de destaque da produção catarinense”, afirma.

Cancro

O cancro europeu é causado pelo fungo Neonectria ditissima. A doença afeta as partes lenhosas das plantas e tem como característica a formando nódulos que prejudicam a translocação de seiva e o crescimento vegetativo. A Cidasc constatou que, na safra 2015/2016, 42 novos pomares estavam infestados com a doença em Santa Catarina, totalizando 117 pomares com ocorrência da doença em dez municípios. A infestação ocorreu, provavelmente, pelo trânsito de mudas contaminadas oriundas de outros países.

A entidade indica que 10% dos pomares de maçãs e Santa Catarina têm ocorrência da doença. “Mesmo o índice sendo considerado baixo, a crescente detecção de pomares com a praga (mais de 2% nos últimos dois anos) revela a necessidade de manutenção da vigilância e adoção de normas rígidas de controle, prevenção e erradicação”, diz o vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faesc) e presidente do Sindicato Rural de São Joaquim (SC), Antônio Marcos Pagani de Souza.

O esforço de erradicação será intensificado  no período de junho a agosto, com reuniões para conscientizar os produtores sobre os riscos da doença e sobre a importância da eliminação das plantas com sintomas. A meta é levar informação técnica para mais de 2000 fruticultores da região serrana. 

Além da Faesc e da Cidasc, também fazem parte da iniciativa a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a Associação dos Produtores de Maçã e Pera (Amap) e produtores rurais.