Produtor de batata está colocando mais adubo do que o solo precisa

Pesquisa recente, realizada pelo UNIFEOB, aponta que a falta de uma análise de solo tem feito muitos produtores gastarem mais do que a cultura exige

O que era apenas um projeto do Curso de Engenharia Agronômica transformou-se em uma grande descoberta: a adubação da batata depende, assim como outras culturas, de uma análise de solo, gerando posteriormente uma redução no uso de fertilizantes.

O professor de fertilidade do solo do curso de engenharia agronômica do Centro Universitário Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), Paulo Lazzarini, explica que tudo começou apenas como um projeto de pesquisa sobre a adubação da batata. “Mas, os resultados foram tão interessantes que nós resolvemos abrir um Dia de Campo para mostrar o que desenvolvemos”, conta.

A grande descoberta é justamente a possibilidade da redução de uso de fertilizantes na produção de batata. “O produtor de batata usa uma receita de bolo, desconsiderando os teores dos elementos disponíveis no solo. E nós começamos a olhar para a análise do solo para fazer a recomendação de fertilizante, para ver a resposta que cada solo tem”, diz.

Os resultados alcançados foram importantes, pois professores e estudantes perceberam que em solos de alta fertilidade não há necessidade de usar tanto fertilizante. “Isso tem um viés tanto econômico como ambiental. O fertilizante colocado além do que a planta necessita é perdido no ambiente e pode contaminar o lençol freático e até comprometer a atmosfera com a emissão de CO2”, conta Lazzarini.

O aluno do 6º Módulo do curso de Engenharia Agronômica, Emanuel Felipe Sebastião, de Espírito Santo do Pinhal, comemora a oportunidade de ter participado dessa pesquisa. “Foi muito interessante. Isso aqui abre muito as portas das empresas e nós aprendemos mais na prática. Quando estamos em sala de aula, não temos a ideia do que se passa no campo”.

O estudante diz que a participação nesse projeto o ajudará na carreira em razão da importância da bataticultura nesta região. “Nosso projeto não é parar nesse Dia de Campo, é continuar fazendo experimentos para trazer mais informação para o produtor”, ressalta

O Reitor, João Otávio Bastos Junqueira faz questão de destacar também as parcerias com empresas, produtores e profissionais. “São extremamente importantes, não fazemos nada sozinhos. Nós não estamos formando profissionais somente técnicos. Então, essa interação que temos, a quantidade de empresas parceiras, faz a diferença. Queremos ser a conexão entre as várias cadeias do agronegócio”.