É preciso separar tipos de trabalhador rural, diz relator da PEC da Previdência

Para Arthur Maia, quem tem carteira assinada se assemelha ao trabalhador urbano, enquanto agricultor familiar teria dificuldade para contribuir

Fonte: MST/divulgação

O relator da reforma da Previdência na Câmara, deputado Arthur Maia (PPS-BA), defendeu nesta terça-feira, dia 14, que é preciso diferenciar os tipos de trabalhador rural brasileiro. Segundo ele, o trabalhador do campo com carteira assinada “assemelha-se ao trabalhador urbano”, enquanto o agricultor familiar autônomo enfrenta dificuldades para arcar com a contribuição previdenciária e está em situação mais vulnerável.

“Estamos trabalhando essa matéria, mas é fundamental que faça a percepção de que há diferença entre trabalhadores rurais. Esse trabalhador que não tem um salário, que tem dificuldades de contribuir, traz a maior parte do déficit da nossa Previdência”, disse Maia, durante Seminário Internacional sobre Reforma da Previdência realizado nesta quarta-feira na Casa.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287/2016, que trata da reforma da Previdência, prevê que a contribuição do trabalhador rural passe a ser individual e obrigatória. A base contributiva e a alíquota devem ser menores do que a dos demais trabalhadores. Eles terão uma idade mínima de 65 anos para aposentadoria, com 25 anos de contribuição. Na regra atual, a aposentadoria é garantida para os trabalhadores rurais que contribuíram ou não com a Previdência.

Além da aposentadoria rural, Maia também destacou entre os pontos mais delicados da reforma a desvinculação do Benefício de Prestação Continuada (BPC, destinado a idosos e deficientes sem condições de contribuir) do salário mínimo,  o fim das aposentadorias especiais para professores e policiais e a idade mínima de 65 anos para homens e mulheres.

Emendas

O relator lembrou que termina nesta terça o prazo para apresentação de emendas. Segundo ele, a partir de quarta, dia 15, começará um trabalho de divisão das emendas por tema. Segundo Maia, os parlamentares da comissão farão as alterações que julgarem necessárias, “aperfeiçoando a PEC 287, mas na convicção de que ela é fundamental para o país”.

A Câmara divulgou, mais cedo, que 79 emendas foram apresentadas até esta tarde e havia vários requerimentos pedindo a prorrogação do prazo.