Poder de compra do pecuarista cai 15% em fevereiro

Segundo especialistas, com alta de mais de 17% no preço do milho frente a janeiro, é possível comprar quatro sacas do cereal com o valor de uma arroba

Fonte: Divulgação

Com a alta de preço do milho e o mercado do boi gordo patinando, o poder de compra do pecuarista em relação ao insumo diminuiu 15% em fevereiro, na comparação mensal, de acordo com a Scot Consultoria. Em relação ao mesmo período do ano passado a relação de troca piorou 5,1%. Considerando a praça de São Paulo, atualmente é possível comprar quatro sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo.

Na região de Campinas (SP), a saca de milho de 60 quilos fechou cotada em R$ 37,00 em fevereiro, para a entrega imediata, sem o frete. Houve alta de 17,5% em relação à média de janeiro deste ano. Frente ao mesmo período do ano passado, o cereal está custando 4,6% mais este ano.  

Os atrasos na colheita da safra de verão e na semeadura da segunda safra 2017/2018, devido às condições climáticas menos favoráveis nesta temporada (excesso de chuvas), a menor produção prevista para a temporada 2017/2018, as altas de preços do frete (ritmo maior de comercialização da soja neste momento) e o vendedor mais retraído com relação à oferta neste momento são os fatores que colaboram com os preços do cereal firmes no mercado interno.

Em médio prazo, a expectativa é de um clima mais favorável aos avanços da colheita da safra de verão no Paraná e no Brasil Central e, consequentemente, da semeadura da segunda safra de milho.

Se os trabalhos no campo de fato avançarem, aumentando a oferta interna, a tendência é de que as cotações caiam no mercado brasileiro a partir de meados de março. De qualquer forma, a atenção ao clima e ao desenrolar da safra de verão e plantio da safra de inverno continua.

Por fim, os estoques maiores na temporada são fatores limitantes para os aumentos de preços no mercado interno. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima 18,52 milhões de toneladas ao final de 2017/2018. Para uma comparação, os estoques de passagem em 2016/2017 foram de 18,61 milhões de toneladas e em 2015/2016 foram de 6,95 milhões de toneladas.