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Frutas: pesquisa ajuda produtores a aumentar renda e diminuir custos em SP

Com auxílio da Embrapa, produtores do Circuito das Frutas paulista estão conseguindo balancear as contas com a economia de insumos e agregando valor à produção

cacho de uvas
Foto: Pixabay

A pesquisa tem auxiliado fruticultores do interior de São Paulo a evitar prejuízos. Por meio de um trabalho realizado pela Embrapa, produtores da região conhecida como Circuito das Frutas têm conseguido economizar insumos e agregado valor à produção.

O Circuito das Frutas é um destino famoso no interior paulista. Formada por nove municípios, a região já foi responsável por quase 50% da produção de frutas de São Paulo na década de 1990. Atualmente, o circuito produz apenas 20% do total do estado. De acordo com a Embrapa, um dos motivos para a redução seria a falta de mão de obra especializada.

Para resolver o problema do alto custo de produção na região, o pesquisador da Embrapa Ivan Alvarez sugeriu aos agricultores “recomeçar do zero”, iniciando pela análise do solo. O fruticultor Júlio Paiol, de Indaiatuba (SP), apostou em mandar para análise maior número de amostras de solo e se surpreendeu com os resultados, que indicaram que havia excesso de adubação química.

Nova call to action

“Antes eu fazia quatro amostras de solo, e usava a quantidade de adubo que o vendedor recomendava. Agora economizei 60% do adubo”, diz Paiol. O excesso no uso de produtos, além de desperdiçar dinheiro, poderia até deixar a terra infértil, afirma o pesquisador da Embrapa. “Agora, eles aplicam o que é necessário em cada espaço. O manejo está tão correto que até a presença de insetos diminuiu e nem é preciso usar herbicidas”, de acordo com Alvarez.

Venda direta

Em Jundiaí, também no Circuito das Frutas, as adaptações técnicas deram certo para o viticultor Márcio Tancredi. Sua produção de uvas aumentou em quase 50%. “Há dez anos eu tinha 55 mil pés. Hoje, são 97 mil pés de uva”, diz.

Tancredi passou a investir no turismo rural e construiu uma loja – na forma de um tonel gigante –, onde vende tudo o que é produzido na propriedade. “Se eu fosse vender para um atravessador, o preço seria de R$ 12 a R$ 13 a caixa de 5 kg. Vendendo aqui na loja, consigo de R$ 25 a R$ 30 (por caixa)”, diz o fruticultor.

Essa diferença significa R$ 200 mil a mais no faturamento anual com as vendas, além de outros R$ 200 mil de sobra nos custos de produção.