Pesca: produção de derivados pode ajudar cadeia em período de defeso

Esses alimentos podem fornecer renda durante os meses em que a atividade é vetada para proteção do ambiente; saiba como começar

Fonte: Pixabay/Divulgação

A produção de alimentos processados de pescado pantaneiro – nuggets, patês, marinados, defumados, quibes e hambúrgueres de peixe – oferece uma oportunidade para uma melhor estruturação da cadeia de pesca, afirma o chefe-geral e pesquisador da Embrapa Pantanal, Jorge Lara. A unidade de pesquisa pantaneira da Embrapa é uma das instituições que participam do projeto responsável por desenvolver formulações para esses alimentos, executado por meio de uma parceria com o Centro de Pesquisa do Pantanal, Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS).

“Tendo um produto, temos uma oportunidade de organizar a cadeia – particularmente, se o produto tiver demanda. No período de defeso, os pescadores deixam realizar sua atividade por cerca de três, quatro meses em função da própria proteção do ambiente. Se tivermos um produto que possa mantê-los atuando nessa época, iremos contribuir com a organização desses trabalhadores”, explica o chefe-geral.

Ainda de acordo com Jorge, esses alimentos são produzidos em uma escala que vai de pequena a média – também conhecida como semi-industrial. O objetivo, segundo o chefe-geral, é formar diversas unidades processadoras para que pequenos grupos de pescadores ou cooperativas consigam produzir em quantidade razoável e possam, dessa forma, obter renda em épocas como o período de defeso. Dessa forma também é possível beneficiar outros atores da cadeia como os familiares dos pescadores, pequenos comerciantes e empresários dispostos a investir no negócio.

“Trabalhar com esses alimentos oferece uma alternativa ao poder público para dar vazão a recursos que, porventura, cheguem do Governo Federal. E o próprio consumidor se beneficia porque passa a ter opções de consumo de proteína de qualidade, com alto valor biológico – principalmente nessa região turística das cidades de Coxim, Corumbá, Cuiabá, Santo Antônio de Leverger”, exemplifica Jorge. Com uma cadeia melhor organizada, o surgimento de cooperativas que invistam na atividade também é favorecido, afirma.