Margem apertada afetou desempenho da suinocultura em 2018

Embargo russo tornou o ano conturbado e a crise foi ampliada com a greve dos caminhoneiros; confira a retrospectiva

Foto: Lucas Cardoso/ Embrapa Suínos e Aves

O ano de 2018 chegou ao final marcado por grandes dificuldades para a suinocultura brasileira. De acordo com o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, o setor enfrentou margens apertadas ao longo do ano, resultantes dos preços deteriorados e do quadro de custo elevado em toda cadeia produtiva.

Maia ressalta que o primeiro semestre foi bastante conturbado para o setor, começando pelo episódio do embargo russo, devido à presença de ractopamina em lotes enviados ao país. “Este fator ocasionou um forte declínio nos números da exportação de carne suína, resultando em excedente de oferta e na consequente queda dos preços domésticos”, destaca.

Segundo Maia, outro ponto negativo no período foi a greve dos caminhoneiros, que desencadeou um período caótico para a logística nacional, afetando incisivamente todo o setor produtivo, com consequências severas para o setor carnes.

No segundo semestre o desempenho foi um pouco mais favorável. “Os números da exportação apresentaram consistente recuperação, impulsionados pelas compras da China e Hong Kong, o que ajudou a enxugar a disponibilidade interna, atuando como ponto de sustentação para os preços”, pontua.

Nova call to action

A perspectiva de Safras & Mercado é de que os embarques de carne suína fechem o ano atingindo 626,745 mil toneladas, volume 7,83% aquém das 679,966 mil toneladas exportadas em 2017. A produção deve finalizar 2018 atingindo 4,145 milhões de toneladas, 2,28% acima das 4,053 milhões de toneladas registradas no ano passado.

O analista ressalta que a disponibilidade interna de carne suína deve fechar 2018 com um crescimento de 4,21% frente a 2017, atingindo 3,518 milhões de toneladas. “O consumo não foi suficiente para absorver todo o volume  excedente que deixou de ser exportado neste ano, por conta das dificuldades econômicas enfrentadas no Brasil”, conclui.